Às vésperas da Copa do Mundo, a preocupação vai além das obras inacabadas no Aeroporto Salgado Filho. O nevoeiro, que historicamente atinge Porto Alegre no mês de maio, também aparece em junho. Segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), diferentemente dos anos anteriores, em 2013, junho superou maio na intensidade da neblina e no número de horas em que o Salgado Filho fechou para pousos e decolagens. O total de tempo sem operação chegou a 42 horas e quatro minutos - o que corresponde a 5,84% do total de horas do mês.
De acordo com a Infraero, entre 2009 e 2012, as horas em que o Salgado Filho ficou fechado em maio superam os outros meses do ano, somando 109 horas e oito minutos - enquanto junho, no mesmo período, parou durante 41 horas e 42 minutos. Já em 2013, no mês de maio foram 22 horas e 34 minutos de voos suspensos. Em maio de 2014 os voos já foram impedidos de pousar e decolar por 16 horas e 13 minutos, o que corresponde a 2,18% das horas totais do mês - no ano inteiro, o aeroporto fechou por 18 horas e 26 minutos, 0,21% do total, segundo a Infraero.
Nessa terça-feira, depois de fechar duas vezes, o Salgado Filho somou mais de cinco horas parado. Já nesta quarta-feira, o problema se repetiu. Para pousos, o aeroporto fechou das 6h06min às 9h40min, já para decolagens, o problema começou por volta das 7h30min, mas foi aberto às 8h05min.
Veja a galeria com fotos do Aeroporto Salgado Filho nessa terça-feira, que foi fechado para pousos e decolagens devido à neblina:
Equipamento antineblina ILS
O Instrument Landing System (ILS) é o sistema antineblina que auxilia na visibilidade de pousos e decolagens no aeroporto. O Salgado Filho já conta com a categoria I e está em processo de implantação da categoria II. Segundo a Infraero, a instalação já foi concluída e aprovada pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo do Comando da Aeronáutica (Decea). No momento, a Infraero está providenciado os documentos necessários para que a Agência Nacional de Aviação Civil possa concluir o processo de homologação nos próximos dias.
O novo equipamento deve reduzir em 50% o índice de fechamento do aeroporto em dias de neblina, já que o teto (altura da nuvem mais baixa) que é de 60, passará para 30, e a visibilidade horizontal passará de 800 metros para 350. Para utilizar qualquer categoria do ILS, o piloto precisa ser habilitado e a aeronave homologada para essas operações.
No Brasil, os aeroportos que operam com o ILS II são o Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro, o Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo e o Aeroporto Internacional Afonso Pena, em Curitiba.
Veja no vídeo o teste do equipamento, que ocorreu no dia 9 de maio:

Entenda o que fazem os aparelhos ILS
O ILS 1, equipamento existente no Salgado Filho, é o mais limitado dos três. Exige maior visibilidade vertical e horizontal.
O ILS 2 permite operações em condições menos favoráveis.
O ILS 3 permite operações sem visibilidade. No aeroporto de Heathrow (Londres), por exemplo, o piloto consegue pousar praticamente às cegas.