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O Parque Moinhos de Vento amanheceu com 10 árvores a menos na manhã desta quinta-feira. O motivo da supressão dos vegetais, cinco deles de espécies exóticas, três nativos e dois secos, é uma obra do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) para amenizar os alagamentos recorrentes no Parcão.
A obra de drenagem, que terá início na próxima semana, instalará 346 metros de tubulação em concreto, da Avenida Goethe até a área junto ao estacionamento da Rua Comendador Caminha, passando por biblioteca e sanitários. O entorno do banheiros, que não contava com rede de drenagem, é um dos locais mais afetados em dias de chuva intensa.
- As intervenções nos vegetais foram necessárias em função da escavação que vai haver no local e de conflitos das raízes com a tubulação - explicou o titular da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam), Cláudio Dilda.
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Conforme a secretaria, os ipês, nativos, não apresentavam "condições técnicas que justificassem o transplante, um procedimento complexo, oneroso e que nem sempre traz resultados esperados". Já a pitangueira, também nativa, não responderia bem a esse tipo de procedimento. A Smam não realiza o transplante de árvores exóticas, nem de vegetais em mau estado.
Os restos das árvores, que foram cortadas na tarde de quarta-feira, impressionaram frequentadores do Parcão na manhã desta quinta. Morador da Rua Félix da Cunha, o aposentado Luiz Carlos Stocker sentiu falta da gigante seringueira que fazia sombra perto dos sanitários.
- Tinha só os tocos das árvores. Achei horrível. Troquem os canos, mas deixem as árvores - reclamou Stocker.
Segundo a Smam, a seringueira de cerca de 14 metros de altura foi a primeira árvore a ser suprimida, porque suas raízes atingiam a tubulação. Após a conclusão das obras, que durarão 90 dias, novas mudas, todas nativas, serão plantadas no parque.
Veja quais foram as árvores suprimidas:
- Dois vegetais secos, sem condições de identificação, com altura média de 5 metros
- Duas uvas-do-japão (Hovenia dulcis) com altura média de 7 metros, infestadas por de erva de passarinho
- Um cipreste (Cupressus sp) seco, com altura de 4 metros
- Dois ipês-amarelos (Androanthus crysotricha), com altura média de 7 metros, infestados por de erva de passarinho.
- Um brachichito (Brachychiton populneus), em bom estado, com altura de 8 metros
- Uma pitangueira (Eugenia uniflora), em bom estado, com altura de 7 metros
- Uma falsa seringueira (Ficus elastica), em bom estado, com altura de 14 metros