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A tinta vermelha será mantida nas ciclofaixas como a da Avenida Loureiro da Silva, que deverá ser inaugurada em breve, por causa da proximidade com os demais veículos no asfalto. Nesta segunda-feira, trechos da faixa exclusiva da Rua José do Patrocínio nas proximidades da Loureiro ganhavam retoques. Segundo a assessoria de imprensa da EPTC, o motivo é manter claras as ligações entre as duas vias.

Ciclovias que são totalmente segregadas do trânsito em Porto Alegre, como a da Avenida Ipiranga, poderão deixar de receber a tradicional pintura vermelha. O assunto é discutido internamente na Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), e tem a ver com a evolução da cultura da bicicleta na cidade, aponta o gerente de projetos de mobilidade da EPTC, Antônio Vigna.
O primeiro trecho da ciclovia da Ipiranga, com somente 416 metros, foi inaugurado em 2012. Hoje com 2,8 quilômetros, a existência do espaço exclusivo para ciclistas é de pleno conhecimento da população. Por isso, a demarcação poderia não ser mais necessária.
- Assim que está garantido o espaço, a pintura pode ser abandonada. Pelo menos nessas ciclovias segregadas, a gente pode ir tirando - afirmou Vigna.
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A tinta utilizada nas ciclovias da Capital é igual à que é usada em outras cidades, salienta Vigna, mas sempre houve reclamações de que o produto torna o piso escorregadio quando molhado. O gerente de projetos descarta ligação entre o abandono da tinta e os escorregões, e pondera que a chuva também afeta outros tipos de pisos, inclusive para automóveis.
Vigna não confirma se a ciclovia da Ipiranga não receberá mais pinturas porque há uma dúvida sobre a continuidade. Já que ainda faltam 6,6 quilômetros para a faixa exclusiva chegar à Avenida Antônio de Carvalho (hoje vai da Avenida Edvaldo Pereira Paiva à Avenida Silva Só), talvez seja necessário manter o padrão vermelho até que a obra esteja completa. Uma das vantagens de abandonar a demarcação é economizar com a compra da tinta.
Trecho da José do Patrocínio ganha nova camada de tinta
A ciclovia do Distrito Industrial da Restinga, na zona sul de Porto Alegre, já foi inaugurada em 31 de julho sem ser preenchida com a tinta vermelha. Totalmente apartada do trânsito comum, a via é demarcada por duas linhas da mesma cor pintadas ao longo das suas bordas.
Ciclovia do Distrito Industrial da Restinga é delimitada por linhas nas bordas
Foto: PMPA, divulgação

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Integrante da Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta (Mobicidade), Cadu Carvalho afirma que prefere as ciclovias de Porto Alegre sem tinta do que com o produto atual, considerado escorregadio por muitos ciclistas. Para ele, a colocação de tachões dá mais segurança diante dos demais veículos do que a tinta:
- A pintura chama atenção. Nesse aspecto é bacana, cria uma cultura, porque se vê que quanto mais vermelho tem, mais se está valorizando a bicicleta. Mas, se a questão é segurança, prefiro que se tire essa tinta que está aí. E se o preço de uma tinta que não deixa escorregar inviabilizaria projetos de ciclovias, também prefiro que não tenha tinta.
Na próxima quinta-feira, a criação de outra ciclovia volta a ser discutida em Porto Alegre. Está marcada para as 19h a reunião da EPTC com ciclistas e a comunidade do bairro Santa Cecília sobre a via para bicicletas que passará pela região, ligando a Praça da Encol com a Avenida Ipiranga. O encontro será no Colégio Santa Cecília. A reunião anterior foi marcada por grande divergência entre os participantes.