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Os preços dos imóveis aumentam em Porto Alegre, mas em um ritmo cada vez mais baixo. Tão baixo que ficou inferior à inflação, de acordo com o índice FipeZap, que monitora os valores em 20 cidades brasileiras.
O índice mostra que o preço médio do metro quadrado na Capital é de R$ 5.033. A partir dessa referência, ele mede os bairros mais caros e mais baratos da cidade. No topo da lista, está o Três Figueiras, onde metro quadrado custa R$ 8.242, seguido por Moinhos de Vento (R$ 7.033). De baixo para cima da mesma tabela, o mais barato é a Restinga, onde se paga R$ 2.459.
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No Brasil, a cidade com o metro mais caro continua sendo o Rio de Janeiro (R$ 10.830), seguida por São Paulo (R$ 8.301). Os dois municípios que apresentaram os menores preços foram Contagem (R$ 3.340) e Goiânia (R$ 4.003).
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O coordenador no índice Fipezap, o economista Eduardo Zylberstajn, acredita que o mercado imobiliário vive um momento de desaceleração nos preços do imóveis:
- É seguro dizer que desde 2008 os preços vinham aumentando. Este ano a situação é outra.
Até então, os números, em média, mostravam aumentos nominais sempre bem acima da inflação. Em 2014, o avanço foi de 5,88% - valor 0,75 ponto percentual superior ao IPCA do período (considerando a expectativa de inflação no mês de outubro apurada pelo boletim Focus/Banco Central).
- Vemos algumas cidades com um aumento inferior à inflação, o que significa que os preços dos imóveis estão subindo menos do que os preços do resto. Em termos relativos, os imóveis ficaram mais baratos. Ocorreu uma queda real em algumas cidades, inclusive em Porto Alegre, onde o acumulado foi 4,21% - diz o economista.
São Paulo e Rio de Janeiro chamaram a atenção por registrarem a menor variação mensal desde o início da série histórica em 2008. Zylberstajn acredita que há um paralelo com o momento econômico do país, no qual os salários e a criação de emprego estão crescendo pouco, a confiança das famílias na economia está baixa e as condições de financiamento estão mais difíceis.
- São todos os ingredientes para a demanda perder o fôlego, mas diminuição oferta deve evitar ainda mais a queda de preços.
Para o futuro, o economista acredita que a estabilidade dos preços auxilia na hora de decidir comprar um imóvel, porque um cenário de estabilidade de valores permite tomar uma posição mais cautelosa na hora da aquisição:
- Antes, quando as pessoas viam um lançamento, corriam para comprar por causa do medo de não conseguir comprar o imóvel no futuro. A inflação menor no setor permite mais planejamento.