Internos da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase) estiveram na tarde desta segunda-feira na Feira do Livro - alguns deles, pela primeira vez. Alunos de oficinas de leitura e criação promovidas dentro da entidade, os adolescentes percorreram os corredores da Praça da Alfândega, conversaram com o poeta Rossyr Berny e tomaram sorvete. Participaram ainda de uma sessão de autógrafos informal: assinaram exemplares da cartilha Movimento Ensinando a Mudança - Em Busca da Felicidade, que detalha as atividades realizadas por eles ao longo do ano. Os jovens costumam assistir a peças de teatro e realizar passeios, como visitas a estádios de futebol.
- A política que a gente quer construir não é de muros, nem grades, nem prisões, mas de alternativas. Queremos criar novos horizontes - explica Leonel Rodrigues, sociólogo da Fase.
Mediadora de leitura da instituição, Maria Regina Abbud Dorneles lamentou as dificuldades e a burocracia enfrentadas para promover a reintegração dos meninos:
- A sociedade como um todo não nos vê com bons olhos.
Cumprindo medida socioeducativa há um ano por roubo, um jovem de 18 anos citou O Quarto Fechado, de Lya Luft, como uma das leituras mais marcantes. Um colega da mesma idade, detido por tráfico de drogas, observou o movimento da Praça e lamentou não poder desfrutar de opções de lazer como a Feira devido à falta de liberdade:
- É uma lição. Aprendi que a vida do crime não é nada. Pretendo trabalhar, dar um orgulho para a minha mãe - planeja.
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