As determinantes do índice
Os critérios ou determinantes a seguir foram aplicados a cada Capital levando em conta o tamanho de sua população e economia. Cada determinante é composto por dois ou mais pilares (exemplo: em Ambiente Regulatório, leva-se em conta o Tempo de Processos e o Custo de Impostos).
1. Ambiente regulatório - 9º lugar
Um recorde: leva-se 245 dias para concluir a abertura do empreendimento em Porto Alegre - são 200 dias de espera para vistorias do Corpo de Bombeiros desde a tragédia na Boate Kiss. A média das demais cidades ficou em 63 dias. Em Goiânia, são 32 dias.
O que tirou Porto Alegre da lanterna foi a segunda colocação em Custo de Impostos, graças a isenções e abatimentos no ICMS e no ISS para pequenas e médias empresas.
2. Infraestrutura - 7º lugar
Porto Alegre não se destaca nem para o bem, nem para o mal no pilar Condições Urbanas. Ficou Entre Rio de Janeiro e São Paulo, onde se passa aproximadamente 60 minutos por dia no trânsito, e a campeã da infraestrutura Curitiba, onde o gasto é de 30 minutos. No entanto, as capitais paulista e fluminense são as mais bem conectadas do país, com elevado número de voos diretos e denso transporte rodobiário - o que as coloca à frente de Porto Alegre no pilar Transporte Interurbano no ranking do determinante.
3. Mercado - 9º lugar
Porto Alegre obteve a 12ª colocação no pilar Desenvolvimento Econômico: mesmo com o 7º maior PIB, pesa o fato de a Capital der tido crescimento de 0,89% de 2009 a 2011, enquanto a maioria das demais cresceu mais de 2%. Recife foi a que mais cresceu, 6%.
Em Clientes Potenciais, que avalia o poder aquisitivo da população, o valor adicionado dos serviços e as compras públicas por empresas, ficamos em 6º lugar.
4. Acesso a capital - 4º lugar
Fundamental para qualquer empreendimento incipiente, o Acesso a capital é satisfatório em Porto Alegre: o 3º lugar em Acesso via Dívida se explica porque os bancos locais movimentaram quase 14 vezes o PIB em operações de crédito - atrás de São Paulo (20,5 vezes o PIB) e Curitiba (15,9 vezes o PIB).
No pilar Capital de Risco, verifica-se a timidez de investidores (não houve transações de private equity, investimento em grandes empresas fechadas, entre 2009 e 2014). Ainda assim, Porto Alegre é a capital que mais poupa dinheiro per capita - o que pode ser um sinal de conservadorismo, levando em conta o desempenho em Cultura.
5. Inovação - 7º lugar
Terceira capital com mais pedidos de registro de patentes, o desempenho mediano de Porto Alegre se explica por fatores diversos. O governo gaúcho investe menos de 1% dos recursos em inovação - o catarinense investe 2,39%.
- Dados mostram que empresas que inovam são as que crescem e geram emprego - avalia Bruna Eboli, executiva da Endeavor.
6. Capital humano - 3º lugar
Disponibilidade de mão de obra é decisiva na escolha por local para empreender. Mais de 50% dos porto-alegrenses estudam em universidades bem avaliadas pelo Enade, o que garante o segundo lugar no pilar Mão de Obra Qualificada. O que puxa o ranking do determinante uma posição para baixo é o 8º lugar em Mão de Obra de Básica. A executiva da Endeavor Bruna Eboli menciona o bom exemplo da capital capixaba:
- Em Vitória, 16% das matriculas de Ensino Médio são feitas em cursos profissionalizantes. As pessoas saem mais preparadas para o mercado.
7. Cultura - 11º lugar
Não é a cultura de Borghetti e Adriana Calcanhotto. A percepção que o porto-alegrense tem do empreendedorismo e dos empresários relega a cidade gaúcha às cercanias da lanterna. Não é exclusividade da Capital: nos centros São Paulo e Rio de Janeiro, também, a maioria da população tem perfil "situacionista" - só se tornam empreendedores por acaso. No Nordeste, o perfil dos empreendedores é mais heterogêneo, e a percepção da população frente ao empreendedorismo é mais positiva do que a média.
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