
O sábado de sol deixou o Monumento ao Expedicionário ainda mais claro depois da sua limpeza em uma iniciativa do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon), que revitalizou outros 11 ícones do Parque Farroupilha (Redenção). As obras foram entregues restauradas na sexta-feira, e o sábado foi o primeiro dia de grande movimento com os monumentos livres de pichações, sujeiras e com peças recolocadas - ainda que cópias feitas em resina com pó de bronze. Agora, o Sinduscon deverá reformar os demais monumentos do parque - são 38 no total, mas alguns ficarão de fora por estarem em bom estado.
Obelisco da Comunidade Sírio-Libanesa: depois da limpeza, voltou a ser pichado recentemente
Foto: André Mags

O resultado foi percebido pelos frequentadores da Redenção. Sob forte luminosidade - e um calor que superava 30ºC -, o arco do Expedicionário chamava mais atenção, e grupos de pessoas faziam fotos. Foi o caso da comerciante Gliney Maronesi, 50 anos, de Porto Alegre. Ela estava acompanhada da educadora Jaqueline Machado, 42 anos, de Novo Hamburgo e que nunca havia estado no parque. Por isso, não sabia que o Expedicionário antigamente estava tapado de pichações.
- Estou achando muito lindo. Em Novo Hamburgo também tem muitos monumentos pichados, principalmente na Praça do Imigrante - disse Jaqueline.
O desenhista de Caxias Wagner Sousa, 32 anos, observa o busto de Santos Dumont: "A gente não olha para as coisas da cidade onde mora"
Foto: Carlos Macedo

Surpresos com o calor, uma família de Goiânia suava e observava o arco. O advogado Daniel Teodoro dos Reis, 38 anos, se aproximou do busto de Santos Dumont e ficou olhando. Essa é uma das obras que não passaram por restauro. Nem deve passar. A arquiteta e restauradora Verônica di Benedetti, contratada para os projetos de revitalização do Sinduscon no parque, considera que o aviador está em boas condições depois de ter recuperado seu chapéu, levado por um vândalo. Ele seria reconhecido somente pelo chapéu, mas uma placa informava que se tratava de Dumont.
- É a única obra aqui que tem placa. Quem é aquela mulher lá, com o escudo? - reclamou a esposa de Daniel, a advogada Mariana Rodrigues Maia, 34 anos, apontando para a Estátua da Vitória.
Os projetos da nova fase de restauros devem começar a ser confeccionados em janeiro, quando Verônica vai avaliar quais os monumentos que devem entrar na lista. A previsão é de que as restaurações iniciem em março.
Cabeça de Chopin: não há cabeça porque o molde não havia sido encontrado até esta semana. Na segunda fase do projeto, uma nova cabeça deve ser colocada
Foto: André Mags
