Bruna Scirea
Tem potencial para ser mais um ponto turístico de Porto Alegre, um local para se chegar mais perto do Guaíba, uma área privilegiada para assistir à alaranjada despedida do sol, sobre grama e sob sombra. O espetáculo de um fim de tarde (ou qualquer hora do dia) no Largo Dom Vicente Scherer, praça em frente à Fundação Iberê Camargo, no entanto, tem cenas de tapar os olhos - e, sobretudo, o nariz de quem frequenta o espaço.
Além de todo o material plástico que as águas devolvem para a cidade e que passam a se acumular nas margens, um passeio por ali também inclui um tortuoso caminho por entre cabeças de bode, galinhas agonizantes - quando já não se espalharam em restos, patas e penas - e lixo, muito lixo. É como se a praça, que também abriga o Recanto Nico Nicolaiewsky, homenagem ao artista morto em fevereiro deste ano, tivesse se tornado um centro de despacho, carniça e descarte iregular de resíduos. Um criadouro de moscas, consequência da falta de cuidado de população e de um impesse dentro da prefeitura.