
A Polícia Civil ainda não sabe de onde partiu o tiro que matou Noé Guilherme Rodrigues da Silva, 13 anos, na última sexta-feira, no bairro Teresópolis, zona sul de Porto Alegre. Segundo a delegada Elisa Souza, da 5ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), uma das hipóteses que surgiram durante a investigação é de que um disparo acidental possa ter atingido a vítima. As informações são da Rádio Gaúcha.
Conforme a delegada, no entanto, ainda é muito cedo para afirmar que uma bala perdida ou acidental vitimou o menino. O que se pode confirmar, segundo Elisa, é que não houve tiroteio na região no dia em que o garoto morreu.
Família fala sobre a falta que o garoto faz:
Nesta segunda-feira, testemunhas serão ouvidas formalmente. A delegada não informa quem são as pessoas, pois a região é conflagrada pelo tráfico, e os moradores têm medo de possíveis represálias dos traficantes.
Noé foi atingido no peito. O calibre da arma usada no crime e o número de disparos ainda não foram confirmados.
Órfã de pai e mãe, a vítima morava com um irmão de 28 anos, que estava no interior da residência e correu para a rua ao ouvir o disparo. Ao vê-lo ferido, o homem colocou Noé em um carro e o levou até o Hospital de Pronto Socorro (HPS), onde morreu.
"Era o primeiro a chegar e o último a sair", diz diretora
A diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Gabriel Obino, Cátia Simon, diz que o menino Noé, como era conhecido por todos, era sempre o primeiro a chegar e o último a sair das ativades da escola.
- Ele era um aluno assíduo, uma criança muito amorosa, que fazia de tudo para ficar na escola - conta.
Na sexta-feira, segundo a diretora, Noé se despediu de todos, pois iria se mudar do bairro. Era costume do menino sair da escola, ir até a sua casa, pegar uma bola e voltar para a frente da instituição para jogar futebol com os amigos. Cerca de 10 minutos após sair da escola, o garoto foi atingido.
- Ele saiu da escola praticamente para morrer - desabafa a diretora.
Conforme ela, o menino ficava dois turnos na escola por dia, um em aula e outro envolvido no projeto Mais Educação, do governo federal. Nesta semana, a instituição segue com aulas. No entanto, um minuto de silêncio e rezas coletivas foram realizados. Uma missa será celebrada na escola no 7º dia de morte do menino, que estava no 5º ano do Ensino Fundamental.
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