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Em janeiro de 2015, o prefeito José Fortunati concedeu uma entrevista cautelosa a ZH. Citando a crise que já atingia o país, disse que o ano seria de cortes em alguns projetos e evitou fazer muitas promessas. Ainda assim, citou oito obras, investimentos ou licitações que sairiam do papel em 2015. Dessas prioridades, apenas duas foram realizadas.
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A justificativa da prefeitura para a maior parte das promessas ter ficado apenas na promessa é a de que os recursos dependiam de dois financiamentos já aprovados por bancos internacionais, mas que não obtiveram liberação do governo federal. A União precisa atuar como avalista desses empréstimos, para garantir às instituições estrangeiras que, caso os municípios não paguem, o país assume a dívida.
- Em 2015, o governo federal segurou todos os financiamentos internacionais para os municípios. Isso fez com que a gente não tivesse condições de dispor dos recursos para tocar obras - argumentou José Fortunati, em entrevista concedida por telefone a ZH na semana passada.
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Segundo o gestor, o motivo da contenção dos financiamentos foi a crise econômica: o governo não os liberou porque eles aumentam o déficit fiscal, o que dificultaria ainda mais o fechamento das contas da União. O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão informou, por escrito, que os dois financiamentos pendentes em Porto Alegre foram aprovados na Comissão de Financiamentos Externos em dezembro de 2014.
Um deles, referente à orla, teve autorização para negociação de contrato em dezembro de 2015. O outro, para a educação, aguarda autorização da Secretaria do Tesouro Nacional. O ministério não detalhou por que o financiamento não saiu em 2015.
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O prefeito espera receber os US$ 92 milhões da Corporação Andina de Fomento (CAF) e os US$ 80,8 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que totalizariam, na cotação atual do dólar, mais de R$ 690 milhões. No início de 2015, com o dólar mais baixo, os empréstimos somavam R$ 466,5 milhões.