Entre os frequentadores do Acampamento Farroupilha em seu dia de abertura, mal se via cuias de chimarrão e poucos eram os gaúchos desfilando vestes tradicionalistas. De roupas leves, os visitantes preferiram tomar sorvete e beber milk-shake nas vielas abarrotadas de pessoas nesta quinta-feira, 7 de setembro. Bebida quente mesmo, só se o chope não tivesse resistido ao calor do dia: a temperatura durante a tarde superou os 30ºC em Porto Alegre, fazendo mesmo o mais bagual dos gaudérios procurar uma sombra para se refrescar no Parque Harmonia.
Mas seja com sol, seja com chuva, no calor ou no frio, uma coisa não muda: havia churrasco para todo lado. Até o dia 20, quando se comemora a Revolução Farroupilha, 351 piquetes instalados no local vão receber familiares, amigos e clientes com espetos bem servidos de carnes assadas em brasas que parecem não se apagar enquanto duram os festejos.
E era das chamas das churrasqueiras o calor mais bem-vindo do tórrido dia. Porque, de resto, os gaúchos preferiram aliviar os efeitos do sol como era possível. Mais lotada do que os caminhos entre os galpões durante o feriado, só a área repleta de sombras sob as árvores distribuídas próximo à praça de alimentação do acampamento. Era lá, em uma churrasqueira ao ar livre, que Aldo Novocosta assava uma variedade de cortes para a família – acredite – desde as 9h da manhã.
– E só vamos sair depois das 19h! Ainda tem carne! – celebrava o assador.
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Com ele, entre parentes e amigos, havia um total de 15 pessoas sentadas sob a copa das árvores em cadeiras de praia.
– Viemos aqui o ano inteiro, mas na Semana Farroupilha dá ainda mais vontade. É bom para reunir a família. Só não precisava esse calor, né? – ponderavam os Novocosta.
O mesmo pensavam as amigas Brenda Ribeiro e Brenda da Silva. Parecidas para além do nome, ambas resolveram se refrescar com sorvetes mistos de creme e morango enquanto passeavam pelo parque.
– Nesse calor, melhor sorvete que chimarrão – defendiam elas.
Já as amigas Tatiane Dias e Tatiana Camilo, que foram ao Acampamento Farroupilha visitar a irmã de uma delas em um piquete, não abriram mão do amargo – e quente – mate.
– Não tem calor que nos impeça de tomar um chimarrão. Tomamos até no Rio de Janeiro – conta Tatiane, que esteve na capital carioca com a amiga na semana passada.
Para a turma de Diego Petry, que estava no parque desde o início da tarde e ali planejava ficar até o anoitecer – a fim de ao menos ver a Chama Crioula chegar ao palco principal, marcando a abertura oficial do evento, às 18h desta quinta –, o objetivo era aproveitar o início da estendida semana de celebração farroupilha amenizando os efeitos do clima sobre o corpo.
– Estamos revezando entre chope e sorvete, chope e sorvete. Com um churrasquinho no meio, que também não dá para deixar de lado – garante o administrador.
Quem estava gostando dessa procura toda por uma opção alimentar refrescante era Thainara Grillo Ribeiro, dona de dois estandes em que comercializa sorvete expresso no acampamento. Entre um atendimento e outro, enquanto administrava os pedidos de uma constantemente extensa fila de clientes, Thainara estimou em 500 a venda diária de suas casquinhas nos dias quentes da semana farroupilha.
– Por mim, pode continuar assim. A gente dá conta!
A boa notícia para ela – e para quem mais aprecia os dias quentes – é que a previsão indica tempo quente e seco até o início da próxima semana em Porto Alegre. As máximas devem continuar beirando os 30ºC, com mínimas de 17ºC durante o feriadão. O tempo só deve mudar mesmo na terça-feira (12), quando a chuva é dada como certa pelos meteorologistas.
Já para quem não gosta desse calorão todo... bem, há sempre a opção de trocar o chimarrão por um milk-shake.
