
Um projeto que começou a tramitar na última semana na Câmara de Vereadores prevê que crianças de até seis anos passem gratuitamente pelas roletas dos ônibus da Capital. Atualmente, já há isenção para crianças dessa faixa de idade no colo dos pais, mas, para não pagar passagem, elas precisam ser carregadas por cima ou atravessar por baixo da roleta, o que gera situações desconfortáveis, de acordo com o vereador Alex Fraga (PSOL), idealizador da proposta.
- Isso sempre me incomodou. É humilhante que as nossas crianças tenham de rastejar nos ônibus. Sem falar que correm risco de sofrer alguma lesão ou molhar a roupa e pegar alguma doença - diz o vereador.
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Simone Nunes Cardoso, 39 anos, atesta para as dificuldades de passar o filho Rafael, de três anos, por cima da roleta:
- O ônibus está sempre balançando, pode travar e eu posso cair.
Acompanhando o afilhado Júnior, que tem cinco anos e costuma passar por baixo da roleta, a almoxarife Flávia Daniela dos Santos Nunes, 38 anos, lembra que a proposta pouparia os usuários mirins de outro problema: as roupinhas sujas em decorrência de se arrastar no chão. Já a dona de casa Ana Cristina de Sousa, 45 anos, avó da Cecília, de três anos, diz que não se incomoda em atravessar com a neta no colo, mas avalia que "seria mais prático" se o projeto fosse aprovado.
- Ele é pesadinha, né?! - fala.
A dona de casa Regina Gomes dos Santos conta que, muitas vezes, ainda anda com sacolas, e ter que carregar a filha Lara, de cinco anos, sobre a roleta demanda um verdadeiro malabarismo.
- Não deixo ela ir por baixo da roleta, pois o espaço é muito pequeno e tenho medo que ela se machuque - afirma.
O vereador não estipula de que maneira a mudança seria colocada em prática, mas sugere a confecção de cartões TRI com validade programada. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) informou que não vai se manifestar no momento, pois ainda não foi consultada pela Câmara de Vereadores sobre o tema. A Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP) também afirmou que, "neste momento, como a questão está nas esferas Legislativa e Executiva, entende que não cabe opinar sobre o projeto".
A proposta deve passar pela Diretoria Legislativa, cumprir duas sessões de discussões preliminares de pauta no plenário e depois ainda passará pelas comissões permanentes da Casa para receber parecer em cada uma delas. Só então estará apto a entrar na Ordem do Dia para discussão, e não há previsão para votação.
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