Seria arte - se não fosse descaso. As telhas azuis que restam na cúpula central do Terminal Triângulo se mesclam de forma dissonante com os espaços vazios, formando um mosaico com o cinza das nuvens carregadas sobre Porto Alegre. Por essas lacunas, passa a chuva que molha os usuários do segundo maior terminal de ônibus da Capital em dias como esta quarta-feira.
Em julho, Zero Hora mostrou as queixas dos passageiros, expostos à chuva desde que um vendaval atingiu Porto Alegre em dezembro do ano passado. Dois meses depois, voltamos ao local, e constatamos que as fissuras gigantes no teto continuam lá - assim como os usuários indignados.
Avenida da Capital com mais mortes tem rotina de desrespeito no trânsito
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- Hoje está chovendo e temos que ficar desviando das goteiras. A gente fica bem chateado de ter que usar (o terminal) nessas condições - destaca a dona de casa Caroline Capellari, de 33 anos.
O estudante Miguel Carvalho Netto, de 19 anos, passa diariamente pelo terminal. Destaca que se sente "abandonado pelo poder público" e não tem esperanças de que o problema seja resolvido logo, uma vez que havia uma licitação em andamento.
Há dois meses, a EPTC informou à reportagem que havia um processo licitatório para contratar uma empresa especializada para fornecer um laudo avaliando toda a cobertura. Nesta quarta, Zero Hora questionou o departamento sobre em que pé anda a demanda, mas não recebeu resposta até a manhã desta quinta.

