
A partir das 9h de segunda-feira, Porto Alegre terá uma via a menos. Usada como atalho para milhares de motoristas que se deslocam entre a BR-116, a região do Salgado Filho, a Avenida das Indústrias e a Sertório, a Avenida Dique, na zona norte da Capital, deixará de existir.
O fim da via marcará a saída do papel do que deveria ter sido um legado da Copa, mas virou problema crônico: o prolongamento da Severo Dullius, iniciado em 2011, paralisado para alterar o traçado e desviar de um aterro sanitário e retomado em 2015. O novo prazo de conclusão é dezembro.
Após o término, a vida dos motoristas que circulam pela via de mão dupla deve melhorar: o prolongamento será a principal alternativa à Sertório. Serão quatro novas faixas, o dobro do oferecido pela Dique. O trecho de quase dois quilômetros permitirá que quem chega a Porto Alegre, pela Avenida dos Estados e pela BR-116, possa acessar a Zona Norte pela Sertório, sem ter de acessar a Terceira Perimetral. Até lá, os desvios prometem aumentar o tempo de viagem de quem circula pela região.
– Aqui (na Dique) já é o caos nos horários de pico. Acho que, futuramente, com uma nova alternativa, a situação pode melhorar. Mas não se sabe quando, porque os prazos da prefeitura vivem mudando – diz o vendedor Matheus Guedes, que utiliza a via diariamente para ir ao trabalho.
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A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) não sabe quantos veículos circulam pela Dique diariamente. Durante a execução das obras, os condutores que se deslocam à Zona Norte deverão usar as avenidas Ceará e Sertório, e os ônibus terão o itinerário alterado.
– Adiamos o máximo possível o bloqueio da Dique porque é uma alternativa importante, mas a interrupção é necessária para dar continuidade à obra. O que vamos avaliar, nas primeiras semanas, será o incremento de fluxo na Sertório, para fazer os ajustes semafóricos necessários – diz o presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari.
O fim da Avenida Dique também promete mudar a vida dos moradores do entorno. Segundo Vera Lúcia Fernandes, que tem um comércio na via, o acesso a serviços de saúde e à escola mais próximos será dificultado:
– A gente vai ter de sair de casa mais cedo. Além disso, vai congestionar bastante o entorno – avalia a comerciante.
Para o presidente da Associação dos Amigos do Bairro Anchieta (Adaba), Mathias Rodrigues, a obra deve trazer transtornos, mas também consequências positivas para quem vive no bairro. Ele torce para que os trabalhos terminem no prazo:
– Vamos avaliar o impacto depois que começar o bloqueio.