
O telefonema que todo pai teme receber acordou Enio Queiroz, 52 anos, na madrugada desta segunda-feira. Do outro lado da linha, um enfermeiro que passava por um acidente na Avenida Ipiranga, em Porto Alegre, informava que Juliana Ribeiro Queiroz, 19 anos, era uma das cinco ocupantes de um Kadett que colidiu contra uma árvore e uma grade, por volta da 1h30min.
- O rapaz disse que era um acidente gravíssimo e que eu tinha de ir para o Hospital de Pronto Socorro, que estava todo mundo lá - recorda Queiroz.
Durante o trajeto de sua casa, na zona norte da cidade, até o HPS, Queiroz ouvia a Rádio Gaúcha. O programa Notícia na Hora Certa informava que um acidente de trânsito havia vitimado uma jovem, mas não divulgava a identidade.
- Já pensei: foi a minha. Depois, confirmaram o primeiro nome, Juliana - lembra o pai.
No fim da manhã, enquanto aguardava a liberação do corpo em frente ao Instituto Médico Legal (IML), Queiroz relatava que ainda não havia conseguido chorar a morte da caçula, com quem dividia um apartamento no bairro Parque dos Maias. Era lá que a jovem, colorada e vaidosa, se reunia com as amigas inseparáveis Kerol e Tabatta - com as quais estava no momento da colisão - e se produzia para as baladas.
- Não quero mais voltar a morar naquele apartamento - conta o pai.
Nascida em Santa Maria, na Região Central, Juliana trabalhava em uma cafeteria no Shopping Iguatemi e, havia cinco anos, após idas e vindas, morava na Capital.
- A gente dizia: se cuidem. Não dizia para elas ficarem no apartamento, só dizia para se cuidarem - lembra Queiroz. - Não foi por falta de aviso - lamenta.
Além do pai, Juliana deixa mãe e irmãos.
Veja o vídeo da câmera de monitoramento da EPTC
Confira fotos do resgate às vítimas
Equipe de resgate trabalha para retirar sobrevivente do veículo