A pele, maior órgão do corpo, funciona como um espelho para o bem-estar geral, uma vez que pode dar pistas sobre a saúde e o funcionamento de outros órgãos. Alterações nessa superfície, que vão desde a descoloração ou pigmentação até feridas e bolhas, às vezes podem ser os primeiros sinais de problemas mais sérios, alertam os dermatologistas.

- A pele é a nossa interface com o meio externo, demonstra a idade e a agressão sofrida ao longo da vida, mas também pode indicar problemas de saúde, desde os mais simples até alguns mais graves, como o câncer, por exemplo - diz Sergio Celia, dermatologista do Hospital São Lucas da PUCRS e professor da Faculdade de Medicina da PUCRS.
Confira abaixo algumas modificações epidérmicas para ficar de olho e o que elas podem estar querendo dizer. Em todas, a procura por um especialista é o primeiro procedimento sugerido:
1. Manchas amareladas ao redor dos olhos
Manchas amareladas na pele ao redor dos olhos, como se fossem bolsas, podem indicar que o nível de colesterol no sangue está elevado. Os xantelasmas, como são conhecidos, são pequenos depósitos de gordura sob a superfície da pele. São indolores e normalmente aparecem na pele das pálpebras, próximo ao nariz e os olhos.

É importante ressaltar que normalmente o aspecto saudável da pele não inclui alterações de cor ou de textura sem motivo e que mesmo pequenos sinais de mudanças neste sentido devem servir de alerta.
2. Pele seca, áspera e com manchas escuras pontuais
Pacientes que demonstrem sinais de manchas escuras e alterações de ressecamento e aspereza na pele podem indicar ocorrência da Pelagra, doença causada por conta da deficiência da niacina, que é a vitamina B3, no organismo.
- Essa doença também está muito associada a pacientes alcoolistas que, como não absorvem corretamente a vitamina B, é comum observar esse tipo de alteração cutânea.
A Pelagra não é uma doença contagiosa e por isso ela não passa de um indivíduo para o outro.
3. Unhas arredondadas e aumento das falanges
A alteração na superfície das unhas e aumento das falanges dos dedos, quando a unha se curva para baixo, assemelhando-se ao formato da parte arredondada de uma colher voltada para cima, está associada a diversas doenças, a maioria pulmonares crônicas. Conhecida como Baqueteamento, a alteração pode indicar uma série de outras disfunções, e por isso é preciso buscar um médico tão logo surjam os primeiros sinais. Não existe tratamento para o Baqueteamento em si. Entretanto, sua causa pode ser tratada.
Vale lembrar que o aspecto normal das unhas inclui coloração rosada nas pessoas mais claras e escurecidas em morenos e negros. Textura rígida e compacta, sendo arredondadas na base e curvas nas pontas.

- O aspecto, a textura e o formato das unhas são um forte indicativo de problemas de saúde, desde deficiências alimentares até complicações mais severas, como as pulmonares. Por isso é tão importante sempre ficar atento às unhas e a quaisquer alterações que possam vir a apresentar.
4. Feridas que não cicatrizam
Feridas nos pés e nos membros inferiores que não cicatrizam mesmo depois de muito tempo podem ser sinais de diabetes.
- Toda lesão que custa a se regenerar pode significar distúrbios na saúde, como o diabetes - afirma Celia, que acrescenta:
- Qualquer ferida que não cicatriza entre sete e dez dias com lesões que formem crostas e que ao se desprender sangrem, devem ser mostradas ao médico, pois podem indicar câncer de pele.
5. Bolhas nas mãos ou em áreas expostas ao sol
Bolhas nas mãos provocadas pelo elevado índice de ferro no sangue mais o excesso de exposição solar podem indicar que o paciente sofre do distúrbio Porfiria Cutânea Tardia, doença que, com o tratamento apropriado, soluciona-se lentamente, embora possa deixar cicatriz.

- Normalmente é causado pelo uso de álcool contínuo, não o excesso, e pela administração de agrotóxicos. Somente áreas da pele expostas ao sol são afetadas. As regiões mais acometidas são as costas das mãos, o rosto e o couro cabeludo - além de qualquer outra região da pele regularmente exposta ao sol.