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Seis em cada 10 famílias gaúchas têm carro próprio, e, pelas ruas, o que se percebe é uma aspiração de quem ainda não é motorizado de dar adeus às paradas de ônibus. Deixando de lado o indiscutível conforto e um eventual ganho de tempo em razão da autonomia do automóvel, financeiramente você sabe qual é a melhor opção?
Em geral, pouca gente consegue analisar custo a custo cada forma de transporte.
- Se somarmos todos os gastos que se tem para manter um carro, como impostos, seguro, manutenção, estacionamento e o combustível, o custo diário equivale a quase R$ 27. Deslocar-se de ônibus ou lotação costuma sair bem mais barato - defende o educador financeiro Adriano Severo.
Muita gente, quando compara o que gastaria com passagens, avalia apenas o gasto com combustível. Em Porto Alegre, a distância média percorrida da casa para o trabalho e vice-versa é de 15 quilômetros, o que daria cerca R$ 4,50 por dia de combustível. Duas passagens de coletivo saem por R$ 6,50 no total. É esse cálculo errado que dá a quem escolhe o carro a percepção de que está lucrando em relação a quem optou pelo ônibus.
- Quando se põe todos os custos na ponta do lápis, a gente se surpreende com o que gasta no carro. É tanto que em dois anos é possível comprar um zero quilômetro - diz Alfredo Meneghetti Neto, educador financeiro e professor de Economia da PUCRS.
Segurança também tem de ser levada em conta
Se o motorista ainda está pagando o financiamento do carro, o custo para manter o automóvel vai às alturas. Mas voltando ao início da discussão: qual o preço do conforto e da sensação de segurança de não dar mole em uma parada de ônibus à noite? Muitos usuários de transporte público reclamam que, em Porto Alegre, é limitada a quantidade de corredores de ônibus, que, seguidamente, pegam o mesmo engarrafamento dos automóveis e das lotações. Além disso, a Capital não têm um sistema de preços de passagens proporcional à distância de deslocamento. Um sujeito que anda duas quadras de ônibus paga o mesmo de quem percorre 20 quilômetros. O que poderia ser uma opção, os táxis valem a pena para deslocamentos curtos, de menos de 4 quilômetros - mas que também podem ser feitos de bicicleta, por exemplo.
No Facebook, Zero Hora perguntou aos leitores sobre trocar carro por transporte público. Veja os depoimentos:
Posted by Zero Hora on Terça, 15 de setembro de 2015
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O repórter Erik Farina produzirá as matérias da série Encare a Crise.
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