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Quem espera encontrar um torra-torra nos preços de hotéis após o Carnaval deve segurar o entusiasmo. Com o movimento mais intenso de gaúchos em seus próprios balneários e a volta dos turistas argentinos às praias de Rio Grande do Sul e Santa Catarina, as tabelas de alta temporada, exercidas desde dezembro, serão mantidas até março na maioria das hospedagens de Capão da Canoa e Torres.
Não que em outros anos seja muito diferente - independentemente de quando a folia está marcada -, mas, neste ano, os hotéis estão menos dispostos a negociar preços na parte final do veraneio.
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- Talvez lá na última semana de fevereiro, a gente tope alguma negociação, mas antes disso é difícil, porque a expectativa é de que o movimento se mantenha bom mesmo depois do final do Carnaval - afirma Fernando Scheffer, gerente do Dunas Hotéis, de Torres.
No Dunas, a tabela de alta temporada vai até 28 de fevereiro. Daí por diante, o valor dos quartos cairá 20%. Em outros hotéis do Litoral Norte, a baixa temporada começará a partir de 1º ou 10 de março e se manterá o ano inteiro, à exceção de feriados. E os preços têm um tombo entre 20% e 35%.
Preços não cairão em fevereiro, mas também não devem subir
O efeito da passagem do Carnaval nos tarifários é nula porque a demanda permanece igual, já que muita gente continua de férias ao longo de fevereiro. O que realmente leva as hospedagens a ficarem mais baratas é o início do período escolar, quando as famílias voltam as suas cidades e esvaziam os balneários.
- Este ano, o movimento está muito bom, com praticamente 100% de ocupação o verão inteiro graças à chegada dos turistas argentinos. Essa procura vai continuar até o final de fevereiro, considerando a quantidade de reservas que estamos tendo - explica a atendente Simone Colli, do Hotel Bassani, de Capão da Canoa.
No Bassani, a diária para o casal na alta temporada custa R$ 330 em um apartamento standard. Em março, cairá para cerca de R$ 265. Então, quem consegue tirar as férias no terceiro mês do ano pode economizar R$ 455 em uma semana de hospedagem.
O consultor financeiro Adriano Severo aponta que o final do Carnaval, apesar de não refletir em queda dos valores pedidos em dezembro e janeiro, ao menos tem o efeito de fazer os preços pararem de subir nas praias, estabilizando as tabelas de hotéis, por exemplo.
- Embora no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina alguns hotéis estejam com reservas esgotadas, aqueles que ainda têm vagas não encontram espaço para cobrar mais. E, aí, entra a possibilidade de o consumidor pesquisar e barganhar - sugere Severo.
Diárias mais que dobraram no Carnaval
Os preços já salgados da alta temporada sobem ainda mais (às vezes exageradamente) no período de Carnaval em razão do grande aumento da demanda: mesmo quem não está de férias tira alguns dias no trabalho e quer ir à praia. Alguns hotéis chegam a dobrar os preços entre a sexta e a quarta-feira, ou oferecer pacotes fechados, que mesmo não sendo ocupados todos os dias, cobram um preço inegociável.
O risco, como alerta Adriano Severo, é marcar férias em uma parte deste período e acabar perdendo dinheiro por não conseguir aproveitar todos os dias do pacote. No Rio de Janeiro, por exemplo, o hotel Atlântico cobrava R$ 682 a diária por casal no período de Carnaval, enquanto, uma semana depois, o preço ficava em R$ 325.