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Obituário

Morre Lícia Peres, socióloga, feminista e militante política

Defensora dos direitos das mulheres, fundou e presidiu o Comitê Feminino pela Anistia no Rio Grande do Sul e foi dirigente da Ação da Mulher Trabalhista (AMT), órgão que congrega as mulheres do PDT

A socióloga Lícia Margarida Macedo de Aguiar Peres morreu nesta quinta-feira, aos 77 anos, em Porto Alegre. Natural de Salvador, na Bahia, morava na Capital desde 1964. Ela era viúva do jornalista gaúcho Glênio Peres (1933-1988), que foi vice-prefeito de Porto Alegre no governo de Alceu Collares entre 1986 e 1988.

Formada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), iniciou a militância política no movimento estudantil. Atuante na resistência à ditadura militar, filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Admiradora de Leonel Brizola, foi uma das fundadoras do Partido Democrático Trabalhista (PDT), no qual atuou durante o período da redemocratização. Participou ativamente das campanhas eleitorais do partido e foi integrante tanto do diretório estadual como do nacional.

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Além disso, foi dirigente da Ação da Mulher Trabalhista (AMT), órgão que congrega as mulheres do PDT. Entre outras realizações, a socióloga participou da comissão do Acervo de Luta contra a Ditadura no Rio Grande do Sul desde sua criação, no início dos anos 2000.

Lícia disputou cargos públicos pelo PDT em duas oportunidades: em 2004, quando foi candidata a vice-prefeita de Porto Alegre na chapa em que Vieira da Cunha disputou a prefeitura, e em 2010, quando concorreu ao Senado.

Feminista, fundou e presidiu o Comitê Feminino pela Anistia no Rio Grande do Sul. Escrevia com regularidade artigos relacionados com a temática das mulheres.

Vieira da Cunha, que concorreu a prefeito ao lado de Lícia em 2004, conta que a garra e a firmeza eram características da socióloga.

– Estamos todos muito trites. Para nós, ela era uma referência no partido desde a sua fundação. Participou ativamente da luta pela anistia e foi uma das grandes líderes femininas no período de redemocratização do país – afirmou. – Era uma companheira inseparável do Glênio em todos os momentos. Dentro do partido, era uma das mais acatadas em relação a questões de igualdade de gênero. Sempre participou ativamente dos debates – acrescentou.

Conforme a família, Lícia era cinéfila, amante da literatura, da música e das artes. A socióloga, que considerava-se porto-alegrense de coração, deixa o filho Lorenzo. O velório está marcado para amanhã, às 9h, no Teatro Glênio Peres, na Câmara Municipal de Porto Alegre.


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