Larissa Roso
"Bom dia, colação!", saúda Adriano Luiz Schuch, empregando uma corruptela de "coração" que ele e a mulher, Virgínia Cunha Betiatto, usavam como apelido carinhoso para se referir um ao outro. "Como é que você tá? Tomou café? Viu que eu trouxe um lanche da padaria? Deixei ali em cima do balcão." A voz sai de um arquivo de áudio enviado pelo aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp. Virgínia segura o celular junto à barriga para que Rafael escute a voz do pai. É uma fração de um diálogo antigo, única forma possível de contato.
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