
Após dois anos de uma disputa judicial inédita entre um fotógrafo britânico e um macaco da Indonésia, uma corte americana decidiu nesta terça-feira (12) pelo retorno dos direitos de "selfie do macaco" ao fotógrafo humano, que prometeu compartilhar seus frutos.
Tudo começou em 2011 na ilha indonésia de Sulawesi quando um macaco negro com crusta (espécie macaca nigra) se apropriou da câmara de fotos de David Slater para se tornar uma das mais famosas selfies da história do autorretrato.
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O fotógrafo e o grupo People for the Ethical Treatment of Animals (Peta) chegaram na segunda-feira a um acordo em uma corte de San Francisco, que favoreceu o britânico.
"Slater doará 25% das receitas futuras com a 'selfie do macaco' a instituições de caridade dedicadas a proteger e a melhorar o bem-estar e o hábitat de Naruto e dos macacos-pretos' de crista da Indonésia", informou o comunicado publicado nesta segunda-feira.
Naruto ficou famoso depois da publicação de sua selfie, publicada por Slater em um livro e altamente reproduzida nas redes sociais.
A Peta pediu na época que ao tribunal que o macaco fosse "declarado autor e proprietário de suas próprias fotografias".
Slater insistia que os direitos lhe pertenciam, porque ele instalou a câmera sobre o tripe e se afastou por alguns minutos. Ao voltar, percebeu que o macaco havia manipulado a câmera e tirado essas fotos.
Quando a controvérsia sobre os direitos autorais começou, Slater argumentou que, com a difusão das fotos na internet, ele perdeu dinheiro com as potenciais vendas de seus livros.
Em janeiro, um juiz americano já havia decidido que o macaco não tinha os direitos de autor sobre essas fotografias.