Tem gente que confunde a areia da praia com um saco de lixo. É palito de picolé enterrado na areia, restos de milho espalhados pelo chão, latinhas de cerveja e bitucas de cigarro largadas sobre as dunas quando há tonéis para recebê-los logo ali, perto dos quiosques, em cada curto trecho de calçada.
Leia as notícias de Verão
Leia as últimas notícias de Zero Hora
Pois a existência de recipientes adequados para receber a sujeira não impede muitos veranistas de fazer da beira-mar uma extensão das lixeiras. Com base nas sugestões de leitores, Zero Hora percorreu o Litoral Norte durante o fim de semana em busca de exemplos que mostram a falta de etiqueta na praia - e mostra aqui alguns exemplos do que está sendo feito errado, com o objetivo de conscientizar.
Nas cidades mais movimentadas do litoral, especialmente quando o tempo está bom, não é difícil encontrar problemas que, além de poluir o ambiente, dificultam a convivência. Os restos de uma refeição praiana podem atrapalhar o vizinho e, em alguns casos - como um palito solto ou limão desgarrado -, até causar ferimentos.
- Muita gente respeita as normas da praia, mas não são poucos os que deixam rastro. O pessoal que não joga o lixo no lixo aqui é o mesmo que espalha sujeira pelas ruas em casa - critica Janice Hahn, funcionária de um quiosque em Capão da Canoa.
Ali, como em muitas outras praias, os próprios quiosques são responsáveis por disponibilizar tonéis de lixo aos veranistas. Porém, poucos se dão ao trabalho de levar o que sobra das refeições até lá.
Há quem atrapalhe o ir e vir das pessoas praticando esportes em locais movimentados ou, descumprindo leis municipais, confundindo a praia lotada com um parque onde é possível levar o cachorro para passear. E, no pior dos casos, os dejetos deixados pelo animal de estimação ficam para contar a história.
- Toda hora vemos casos assim, de famílias que trazem o bichinho junto e deixam ele solto na praia. E também não são poucos os que levam uma bolada de gente que está jogando futebol ou frescobol muito perto deles - avalia o aposentado Neri Bittencourt.
Confira, nas imagens a seguir, alguns flagrantes feitos por ZH em praias do Litoral Norte. E lembre-se: para o bem da praia e das pessoas ao redor, não repita isso nas suas férias.
Companheiro, mas não na areia
Foto: Ricardo Duarte, Agência RBS
Para cobrir o passeio do dia, não deixar o amigo sozinho ou compartilhar a diversão na praia, muita gente resolve levar o cachorro para brincar na areia - prática proibida por leis municipais, assim como a presença de carros à beira-mar. Levar o bicho de estimação junto com guarda-sol e cadeiras de praia pode render até multa, mas o que mais preocupa os banhistas é a possibilidade de os dejetos ficarem na areia, o que pode causar doenças e alergias.
Comida na areia
Foto: Ricardo Duarte, Agência RBS
Parece que nem se houvesse uma lata de lixo a cada duna haveria menos restos de comida espalhados pela areia. Depois de cada refeição na praia, é como se uma porcentagem ficasse na orla: são espigas de milho, cocos, latas de cerveja, entre muitos outros, que ficam para trás após a passagem de alguns banhistas.
Restos perigosos
Foto: Ricardo Duarte, Agência RBS
Além daqueles pedaços que se vê de longe e é possível evitar ficar por perto, há pequenos notáveis distribuídos na areia que, além de sujar a praia, podem causar problemas aos veranistas. É o caso de palitos de picolé ou de queijo coalho que, fincados, podem resultar em ferimentos. Também é assim com os limões que acompanham o peixe ou a caipirinha: pisar neles pode até gerar queimaduras.
Esportes coletivos?
Foto: Ricardo Duarte, Agência RBS
Parece até um convite a se juntar ao jogo, mas na verdade não passa de falta de educação: a bola que acompanha o futebol, o vôlei ou o frescobol às vezes escapa de controle e acaba atingindo os veranistas. Na beira-mar, os jogos podem também atingir quem está na água e afastar alguns banhistas. O ideal, quando o esporte é permitido na praia, é procurar um local com menos movimento.
Estacionamento à beira-mar
Foto: Ricardo Duarte, Agência RBS
Comum nas praias menos movimentadas, a presença de carros é geralmente proibida, mas não difícil de encontrar. Fora das areias, a função dos veículos no litoral às vezes também ganha outra proporção, transformando-os em carros de som. Neste verão, pelo menos, a presença dos trios-elétricos ambulantes parece estar menos constante que nos últimos anos.
Flagra de imprudência na freeway
Foto: Isadora Neumann, Agência RBS
Há quem deixe a segurança - e a noção - de lado também a caminho da praia. Na última sexta-feira, na freeway, este motorista dirigia com uma só mão no volante e o pé no acelerador - os membros do lado esquerdo ficaram apoiados na janela, descumprindo a legislação de trânsito e colocando em risco sua vida e também a dos demais.






