Um incêndio de grandes proporções atinge desde ontem uma área de reflorestamento próxima a lagoa da Fortaleza, em Cidreira, no Litoral Norte. A espessa nuvem de fumaça provocada pela queima das árvores se espalha desde o local e vai em direção ao mar, sendo vista desde praias como Imbé e Tramandaí – a cerca de 30 quilômetros do local.
O fogo começou na tarde de domingo, possivelmente em uma vegetação de pinos. A causa está sendo investigada. Ainda no domingo, o fogo chegou a diminuir, mas voltou a se intensificar e se alastrou nesta segunda.
O dia foi de susto e perdas para trabalhadores e donos de propriedade rurais de Cidreira, onde teve início o incêndio. Responsável por puxar água para o canal de irrigação de lavouras de arroz localizado na Estrada da Fortaleza, Luiz Fernando Pires de Oliveira conversava com a esposa em frente à casa onde trabalha na temporada, diante do reservatório, quando tomou a decisão de contatar seu chefe para deixar o local.
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– Estávamos sentados na rua e vimos o fogo de um lado (do canal), e daqui a pouco já tinha se estendido até o outro – lembra.
Por volta das 17h30min, o técnico agrícola Edelson Peixoto deslocou-se do município para buscar o funcionário e sua família. Trabalhador responsável por lavouras de arroz da região há quase três décadas, impressionou-se ao ver a proporção do incêndio.
– Ontem parecia controlado, mas hoje o vento virou e ficamos preocupados. Nunca achei que o fogo fosse passar pelo canal d’água – relata.
Morador de Cidreira, José Jesus Neto Pires, 65 anos, foi até o canal depois de uma tentativa frustrada de chegar à propriedade do filho, onde 18 hectares de pinus foram atingidos pelas chamas. Avisado do ocorrido pelos funcionários que extraíam resina no local, ele conta não saber o que restou de sua área, mas estima um prejuízo de cerca de R$ 100 mil.
– Não sei o que vamos fazer com o pinus. De certo, as árvores nem vão prestar mais. Amanhã vou ver como ficou o estrago.

A corporação não sabe precisar o tamanho da região atingida pelo fogo. Uma equipe está no local fazendo a avaliação da área, e não está descartado o uso de helicóptero - do modelo capaz de carregar água - para apagar as chamas. Não há feridos.