Já desistiu de alguma resolução de Ano Novo? Se alguma delas estava relacionada a viagens, aqui vai uma boa notícia: em 2014, você vai poder economizar e continuar sendo o mesmo viajante de sempre. Em outras palavras, o negócio é definir seus padrões não negociáveis, minimizando os custos e maximizando o valor.
Por exemplo: digamos que você se recuse a dormir no mesmo quarto que um estranho. Isso significa que não vai querer ficar em albergues; concentre-se então em diminuir os gastos com estadia ou aluguel de temporada. Aqui vão algumas questões polêmicas sobre as quais todo viajante econômico de boa fé tem opinião formada, além de dicas de economia, seja qual for a sua opção.
Um quarto só para si? Essa já não é uma discussão sobre as vantagens e desvantagens de hotel x albergue. Há tempos que o aluguel de curta temporada do Airbnb é a opção mais popular e redes de hospitalidade como Couchsurfing e BeWelcome estão bombando - tanto que dois turistas de Lyon, na França, me acharam através do primeiro e estão hospedados na minha sala.
O albergue sempre será a opção dos mochileiros. Muitos usam o Hostelbookers.com ou o Hostelworld.com, mas também vale a pena dar uma olhada no Hostelz.com, um agregador de busca semelhante ao Kayak. Dá para comparar preços para Hostelbookers e Hostelworld (além do site do Eurocentric, o HostelsClub) -, mas o melhor é que o site também é avaliado por outros, além de trazer resenhas de viajantes pagos pelo Hostelz.
Quem prefere privacidade não deve descartar o Airbnb; usando filtros, você pode encontrar quartos particulares e até casas para alugar. E, apesar do nome, muita gente registrada no Couchsurfing oferece não o sofá, mas um cômodo inteirinho (o que não é o meu caso). Não é porque você não abre mão dos hotéis que não vai poder economizar. Dois sites novos monitoram os preços, depois que você fizer a reserva, no caso de eles baixarem: o TripRebel simplesmente devolve a diferença, mas o TripBAM avisa se o preço cair no mesmo hotel ou outros da vizinhança e ainda oferece para fazer nova reserva. TheSuitest usa as características e mordomias do hotel para calcular o valor da diária em relação ao seu preço.
Assim fica mais fácil encontrar as melhores opções se o que você quiser é uma academia ou uma bela vista, por exemplo. E, por fim, uma opção diferente: o britânico Camp in My Garden, que está ganhando popularidade, e através do qual os usuários podem oferecer o quintal para quem estiver acampando. É baratíssimo e, no final das contas, nas barracas a privacidade é total.
Fazendo conexão Em um voo de Nova York para São Paulo que peguei este ano, eu me sentei ao lado de um rapaz que ia para Buenos Aires de um jeito bem complicado, com conexões em São Paulo e Montevidéu, esticando o que seria uma viagem de dez horas para mais de 24 -, mas ele nem pensou em outra possibilidade, pois assim economizaria centenas de dólares. Se essa rotina lhe é familiar, você provavelmente já sabe como listar os voos por preço e filtrá-los para exibir as diferentes opções de espera em sites como o Kayak e o Bing Travel.
Outra dica para voos para a Europa: o aplicativo WhichAirline e o site podem ajudá-lo a encontrar aquelas conexões inconvenientes, mas baratas, que os sites de busca não encontram. Por exemplo, eles me acharam um voo de US$119 de Paris a Budapest na Ryanair, com uma parada de cinco horas em Milão na ida e na volta. (A opção mais barata, Vayama.com (geralmente confiável), era US$280.) Se você se recusa a ficar de bobeira no aeroporto, pense então em flexibilizar suas datas. Hoje em dia isso é muito mais fácil.
Há um ano, mais ou menos, o Google lançou o Flight Explorer, que exibe um gráfico para os melhores preços para um destino durante um período específico. Melhor mesmo é ser flexível em relação a isso porque se escolher só uma região ("Europa Ocidental"), ele vai mostrar os mesmos gráficos só que com várias opções, começando com as mais baratas. Você também pode determinar o tempo máximo da viagem. Conectar-se ou não, eis a questão Eu posto no Twitter e no Instagram em todo lugar a que vou, mas não é por isso que o faço sempre com gosto.
É divertido, sim, mas também faz parte do meu trabalho. Não sei se faria o mesmo se viajasse por puro prazer. Quem é fã das redes sociais - e outros tipos de usos de dados - sem dúvida tem que procurar ofertas e promoções para se manter conectado. Este ano, a T-Mobile se tornou a primeira grande operadora a incluir dados internacionais em seus planos domésticos básicos. (Se bem que tem uma pegadinha: o pacote de dados gratuito vem com a promessa de apenas 2G embora você pague por 3G ou 4G, como com qualquer empresa.)
Além disso, não tem por que pagar para mandar torpedos internacionais; é para isso que o What's App e a infindável lista de concorrentes estão aí. (É claro que você também pode usar cartões SIM locais ou internacionais.) Aqueles que pagam para enviar dados agora podem usá-los para economizar mais que nunca. Este ano o Field Trip do Google (fieldtripper.com) passou do Android para o iPhone. O aplicativo avisa quando você estiver perto de atrações, restaurantes, promoções e coisas do tipo usando informações de uma lista gigante. É personalizável - tanto que estou ensinando o meu a se ater às opções baratas.
Agora, entre outras coisas, ele me avisa quando estou perto de um restaurante avaliado pelo crítico mestre em descobrir sujinhos, o Robert Sietsema do Eater.com. É claro que tem aqueles que preferem ficar parados no tempo e descobrir as coisas à moda antiga, mas esses não precisam de nenhuma dica de tecnologia para economizar. Em 2014, assim como em 1914, eles vão buscar sugestões com dispositivos analógicos que estão à mão, os chamados seres humanos.
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