
Passar uns dias em Chicago é uma grande fonte de prazer, especialmente estético. A cidade é a raiz da arquitetura moderna. Ao circular pelas ruas, deparamos com prédios desenhados por alguns monstros sagrados da arquitetura mundial, como Ludwig Mies Van Der Rohe e Frank Lloyd Wright.
A visita pode começar com um passeio de barco pelo Rio Chicago, onde a guia dá uma panorâmica sobre os prédios mais famosos, que pode combinar com uma circulada pelo gigantesco Lago Michigan, que banha a cidade.
Chicago é bem norte-americana. Diferentemente das cosmopolitas Nova York e Los Angeles, tudo é ajardinado, lindo e funciona. E não tem tantas pessoas circulando, como nas outras duas grandes cidades do país.
Pelas ruas, em bairros residenciais, pode-se ver delicadezas como, na frente dos prédios, pratos com água para os cachorros que passarem por ali beberem ou jardins de orquídeas pelas calçadas.
Foto: ALFREDO FEDRIZZI, ARQUIVO PESSOAL

Correr ou caminhar de manhã pela beira do lago, especialmente pela Gold Coast, dá a energia que vamos precisar para circular muito por todos os espaços. Para quem quer fazer compras, o melhor é passear pela Michigan Avenue (a Quinta Avenida de Chicago). Todas as grifes estão lá.
O rigoroso inverno é um defeito
Na primavera ou no verão, o enorme Millenium Park, bem no centro, é cheio de shows ao ar livre. Dentro do parque, há uma grande concha acústica, o Jay Pritzker Pavillion, onde orquestras e bandas se apresentam gratuitamente nos fins de semana. Também no Millenium, está o enorme "feijão", uma escultura toda prateada de um dos maiores artistas contemporâneos, Anish Kapoor.
Foto: ALFREDO FEDRIZZI, ARQUIVO PESSOAL

Do outro lado da rua, está o imponente prédio da Orquestra Sinfônica de Chicago, dirigida por um dos mais importantes maestros da atualidade, Ricardo Mutti. Vale a pena assistir a um concerto.
Para quem pensa em negócios, Chicago tem uma das melhores universidades nessa área, e é lá que fica a maior bolsa de mercadorias do mundo, além de ser um importantíssimo centro de pesquisas médicas. Também é a sede de grandes empresas como Boeing, Walgreens, United Airlines, Hyatt, GE e Navistar.
Enfim, essa cidade fundada por poloneses e irlandeses, com grande contingente de mexicanos, tem inúmeros e lindos parques, gente educada, zoológico com gorilas, urso polar e um enorme e incrível aquário.
Seria perfeita, se não tivesse um rigorosíssimo inverno. No último, chegou a -40ºC!
Arquitetura
Quem se interessa por arquitetura não pode deixar de visitar o Rookery, reformado por Frank Lloyd Wright. Muita coisa em ferro e vidro no seu luxuoso átrio, como jamais havia sido feito até o ano de sua construção, 1888. E mais: o Auditorium, o Halo Building, a Water Tower, o Reliance Building, o Monadnock Block, a Chicago Stock Exchange e uma infinidade de casas particulares feitas pelos mais famosos arquitetos do mundo.
Dali, pode-se caminhar pelo Loop, no centro, e ver obras de Picasso, Chagal e Miró espalhadas pela rua.
Se quisermos passear mais ao sul da cidade, dá para visitar um bairro à parte, que é a Universidade de Chicago. Lindíssimo. Muitas bicicletas, estudantes circulando, bibliotecas, jardins, escolas, prédios de bastante personalidade. Ali está a Robie House, uma das mais famosas casas de Frank Lloyd Wright. Vale tomar um café no Medici, na Rua 57, bar preferido pelo presidente americano, Barack Obama, quando era professor em Chicago.
Foto: ALFREDO FEDRIZZI, ARQUIVO PESSOAL

Tem também lindos bairros, como Andersonville, sueco, onde há uma enorme floricultura. Ou o Pilsen, bairro mexicano no sul recentemente descoberto por artistas, que vêm instalando ateliês e galerias de arte por lá.
Museus e música
Para quem gosta de museus, o Art Institute of Chicago é imperdível - mas é preciso reservar bastante tempo, pois ele é enorme. Também recomendo o Museum of Contemporary Art e o Museum of Science and Industry. Todos valem pelo conteúdo e pela beleza dos prédios.
Foto: ALFREDO FEDRIZZI, ARQUIVO PESSOAL

Chicago, contudo, também é a cidade do jazz e do blues. O bar Kingston Mines é imperdível. Nas terças, toca Mike Wheeler, um dos melhores músicos da cidade, com seu baixista enlouquecido. Das 21h às 3h, duas bandas se intercalam em dois palcos diferentes. Assiste-se em pequenas mesas, tomando cerveja. Outra boa opção de noite é o Jazz Showcase (assiste-se sentado, tipo show) ou o Andy's (bar com apresentações rolando desde a tarde).
Foto: ALFREDO FEDRIZZI, ARQUIVO PESSOAL

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Gastronomia
Chicago desfruta da fama de ser a cidade com maior quantidade de restaurantes por habitante dos EUA. Tem de tudo, a preços mais baixos do que em São Paulo. Para quem está com o estômago roncando, a variedade de bares e restaurantes bacanas é incrível. Vamos lá:
- Purple Pig é um bar/restaurante onde a pedida é degustar vários pequenos pratos.
- No Girl and the Goat tem a chef Stephanie Izard, a primeira mulher a vencer o reality show de gastronomia Top Chef (com o dinheiro, ela montou o restaurante). Um dos mais badalados. É preciso reservar com bastante antecedência. Só pequenos pratos para dividir. Recomendo: massa com molho de tomate, a melhor que já comi.
- Tem também o Publican, o Fulton Market e o Big Star, um mexicano que, nos fins de tarde, reúne gente descontraída e serve tacos deliciosos.
- Quem quiser qualquer alimento italiano deve ir ao Eataly para almoço ou compras tipo Mercado Público. Experiência gastronômica importante. Tem de tudo. Loja, petiscos e restaurante. Queijos, pães, vinhos, frutas.
- Para paladares muito exigentes, recomendo o Trenchermen, o primeiro no guia da Wall Paper. Excelente. Ou ainda o Alinea, US$ 300 por cabeça. O melhor do país e o nono melhor do mundo. Mas é preciso reservar com 10 dias de antecedência.
*Publicitário e jornalista, Fedrizzi é sócio da Agência Escala