
Eles estão espalhados por toda a França, mas em nenhum lugar há tanta concentração de castelos como na região do Vale do Rio Loire. São 21 os grandes chateaux, que recebem mais de 50 mil turistas cada, por ano, ao longo dos 280 quilômetros do vale, considerado Patrimônio Cultural da Humanidade.
Para chegar a Tours, a capital turística, basta apenas uma hora de trem de Paris ou pouco mais de seis horas a partir de Lourdes. Os passeios vão desde roteiros de bicicleta em meio a vinhedos, passando por navegação em barcos históricos de madeira, até contemplativos voos em balão, com vistas espetaculares das propriedades medievais.
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O Chateau de Villandry certamente entra no portfólio dos imperdíveis do Loire. Não somente pela construção, datada de 1536, mas pelos magníficos seis hectares de jardins divididos em quatro estilos: Horta, Sol, Aquático e Ornamental. Diariamente, 10 jardineiros atuam como artistas para manter o cenário impecável.

Na pequena e graciosa cidade de Blois, com 2 mil anos de história, o castelo homônimo é um dos que mais expressa a diversidade arquitetônica, com quatro edifícios nos estilos gótico, clássico e renascentista, construídos entre os séculos 13 e 17. O local, onde nasceu o rei Luis XII, foi palco da morte da rainha consorte Catarina de Médices. Do alto de uma das torres, tem-se uma incrível vista da cidade à margem do Rio Loire.
Chambord mereceria uma reportagem especial apenas para ele. Patrimônio Mundial da Unesco, representa o espírito da arquitetura renascentista. Sua propriedade conta com 5.440 hectares de floresta – do tamanho de Paris –, sendo o maior parque fechado da Europa. Francisco I passou 72 dos 12 mil dias de seu reinado nesse castelo – na Idade Média, os reis não tinham residência fixa e viajavam com comitivas por todos os cantos do país.

Entre os atrativos de Chambord – que recebe 850 mil turistas por ano –, estão as escadas em dupla-hélice de Leonardo da Vinci, projetadas para que uma pessoa não veja a outra, mesmo estando paralelas. Já a Vila das Terraças, no topo do gigante, é tão impressionante que a sensação é de caminhar entre ruelas de uma pequena cidade. Vale alugar o chamado Histopad, um tablet de realidade virtual que mostra como era cada cômodo, com suas mobílias e decorações, de acordo com o direcionamento que o usuário dá a ele.
Outro colosso é o Chenoceau, o monumento privado mais popular do país, que recebe 1 milhão de admiradores por ano. É também o mais cobiçado castelo particular da França, perdendo apenas para o de Versalhes, que é público. Renascentista, construído em 1513, seu acervo de tapeçarias, móveis e pinturas é extraordinário. A conservação de cada ambiente e os detalhes dos elementos decorativos são a mais pura expressão do estilo de vida da família real e dos nobres daquela época.

Em menos de 20 minutos, chega-se à bela Amboise, onde, no castelo principal, repousa Leonardo da Vinci. Neste ano, festividades estão previstas para celebrar meio milênio da data em que o gênio italiano aceitou viver no pequeno chateau Clos Lucé, ao lado de Amboise, a convite do amigo Francisco I. Ali, passou seus três últimos anos. Amboise é magnífico, com um lindo jardim, uma fascinante coleção de móveis góticos e renascentistas e uma exuberante vista do Vale do Loire.
Já no Clos Lucé, é retratada a vida de Da Vinci, com mobílias originais, exemplos de vanguardistas criações e até uma réplica da Mona Lisa, conhecida na França como Gioconda.