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Seria um desperdício viajar ao Canadá no inverno e não aderir a um dos grandes passatempos nacionais: o esqui. Se o esporte parece difícil, saiba que por lá as crianças já o praticam com três anos de idade. Ou seja, você consegue. Mas, se não conseguir, a neve é macia o suficiente para amenizar a maioria das quedas.
Entre as dezenas de estações de esqui canadenses, uma opção prática para aprender o esporte é a cidade de Blue Mountain, localizada a 170 quilômetros de Toronto, às margens da Georgian Bay. Popular entre famílias, é o destino de 1,5 milhão de visitantes todo ano. Com seus restaurantes, hotéis e lojinhas, a vila turística lembra Gramado, mas, para a inveja do ponto turístico gaúcho, passa meses coberta de neve e oferece 42 trilhas de esqui e snowboard para amadores e experientes.
O esquiador de primeira viagem, como eu, pode alugar roupas e outros itens necessários ao esporte lá. Instrutores conduzem os novatos desde os primeiros deslizes (no duplo sentido) de maneira que em poucas horas é possível vencer as pistas iniciantes. Quem se aventura pelas trilhas mais altas é brindado com silêncio e uma bela vista do Lago Ontário.
Eu teria ficado horas lá – muita gente fica, já que as pistas estão abertas até as 20h –, mas a próxima atração também era interessante: o spa japonês Iwa. Vesti um pijama de calças curtas e largas bem esquisito para fazer ioga sobre uma pedra vulcânica brasileira. Ela fica aquecida a 40ºC, liberando íons que expulsam as toxinas do corpo, enquanto a turma de oito pessoas relaxa e se exercita. Ao fim da sessão, queria pedir a tal pedra em casamento.
Spas são uma boa opção em Blue Mountain para os dias em que a neve não está em boas condições para o esqui. O Scandinave Spa é tão popular que as reservas para massagens nos finais de semana esgotam com quatro meses de antecedência (o local tem 65 massagistas). É possível aproveitar outras atrações, como as piscinas ao ar livre. A equipe recomenda que os visitantes alternem entre as geladas (13ºC) e as quentes (38ºC), pois isso é benéfico à circulação. Em um dia em que “ar livre” significava -1ºC, só consegui mergulhar o pé na piscina de 13º e voltar correndo para a quente. Há também saunas variadas, como a de eucalipto, que é boa para as vias aéreas, e a com infravermelho, que promete ajudar com inflamações.
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Outro programa relaxante é conhecer a área rural, pois Blue Mountain fica no “apple country”, região onde são cultivadas mais de 20 variedades de maçã. Na Georgian Hills Vineyards, é possível fazer degustação de cidras de pera e maçã e icewines de uva e maçã (feitos a partir da fruta congelada). Quando sentir falta de emoção, dê um pulo na Ridge Runner Mountain Coaster, uma montanha russa com carrinhos individuais em que cada um controla sua velocidade.
À noite, a cidade se acende como num daqueles filmes natalinos americanos. É hora de repor as calorias gastas no esqui com um vinho da região de Niagara Falls e uma refeição ao estilo canadense – pratos gigantes com muita batata.
Dica: Os invernos estão ficando mais amenos, o que é motivo de celebração para os canadenses, mas não para quem cruza o continente para esquiar. Por isso, se esta for a intenção, não deixe para ir no final da estação. No verão, a cidade também oferece várias atividades de lazer, como trilhas de bicicleta pela montanha e esportes aquáticos no Lago Ontário.
*A repórter viajou a convite do Departamento de Turismo de Ontário