Vida

Tecnologia do bem

Impressora 3D salva crianças com doença respiratória

Pesquisadores desenvolveram implantes personalizados para resolver problema considerado fatal

Divulgação / Universidade de Michigan

Um estudo publicado na quarta-feira na revista Science Translational Medicine mostrou a importância da tecnologia da impresão em 3D também para a saúde. Médicos americanos foram capazes de salvar a vida de três crianças que sofrem de uma doença respiratória fatal, graças à produção de implantes personalizados que foram inseridos dentro deles.

Peça feita em impressora 3D salva vida de bebê

Três bebês com traqueobroncomalácia, transtorno maligno que provoca o colapso da traqueia, tiveram talas aplicadas que lhes permitiram recuperar e respirar normalmente.

Embora a técnica ainda não tenha sido aprovada pelos reguladores federais nos Estados Unidos, esses dispositivos personalizados, criados por uma impressora 3D, receberam uma exceção médica de emergência para estes casos particulares e ainda são considerados de alto risco.

A primeira criança a receber o tratamento foi Kaiba Gionfriddo, que tinha três meses quando fez a cirurgia, em 2012. As outras duas crianças tinham cinco e 16 meses quando foram submetidas à operação. Os três passam bem e não sofreram complicações.

- Esta é a primeira cura para a doença - afirmou o autor principal do estudo, Glenn Green, professor da Universidade de Michigan.

Cerca de uma em cada 2 mil crianças nasce com traqueobroncomalácia em todo o mundo. Uma vez que não conseguem exalar completamente, a traqueia das crianças fica propensa a entrar em colapso e o único tratamento é a sedação e cuidados intensivos. No entanto, existem complicações e as infecções são frequentes.

Os pesquisadores usaram tomografia computadorizada das vias respiratórias das crianças para criar um implante personalizado feito com biomateriais concebidos para expandir à medida que elas crescerem.

De acordo com o estudo, as talas impressas eram tubos ocos e porosos que puderam ser costurados nas vias aéreas afetadas e eram feitas de policaprolactona, um polímero que se dissolve no corpo sem causar danos.

- A tecnologia poderia, mais facilmente, tratar outras doenças raras que têm sido negligenciadas pelas empresas de equipamentos médicos por causa do alto investimento envolvido - disse Scott Hollister, coautor da pesquisa.

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No campo da tecnologia 3D dentro da saúde, já são fabricados aparelhos auditivos, implantes dentários e algumas próteses.

Em vídeo feito pela Universidade de Michigan, veja a história de Kaiba Gionfriddo (áudio em inglês):



*AFP

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