
Complicação caracterizada pelo aumento da pressão arterial materna durante a gestação, a pré-eclâmpsia ocorre com mais frequência durante o inverno. Para manter o calor do corpo, os vasos sanguíneos se contraem - um processo chamado de vasoconstrição e que gera o aumento da pressão.
- Como a pré-eclâmpsia é uma doença hipertensiva, ela pode ser mais diagnosticada em dias de temperaturas mais baixas, mas isso não significa que o frio seja a causa do problema - esclarece José Geraldo Ramos, professor de ginecologia e obstetrícia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
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Essa relação foi constatada por uma pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre realizada em 2011. Ao relacionar o número de internações de gestantes com problemas de hipertensão e a temperatura, a equipe do hospital observou uma incidência maior de pré-eclâmpsia nos meses mais frios. O estudo teve a duração de um ano e avaliou 1.327 mulheres que estavam na sua primeira gestação.
Principal causa de morte materna no país
A pré-eclâmpsia pode colocar em risco tanto a vida da mãe quanto a do bebê e é a principal causa de morte materna no país. Segundo dados do Ministério da Saúde, uma brasileira morre a cada 20 horas por causa do problema. Marcos Wengrover Rosa, chefe do serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Moinhos de Vento, afirma que, além da hipertensão, outra característica da doença é a perda de grande quantidade de proteínas pela urina.
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- Há uma alteração no revestimento dos vasos sanguíneos dos rins que favorece a perda de proteínas e a liberação de substâncias que causam elevação da pressão arterial - explica o médico.
A pré-eclâmpsia pode aumentar o risco de derrame cerebral e de deslocamento prematuro da placenta, além de causar insuficiência renal e desenvolvimento da síndrome de hellp - dano hepático e alterações graves da coagulação, que podem levar a uma hemorragia intensa. Em casos mais extremos, a pré-eclâmpsia pode evoluir para a eclâmpsia, caracterizada por convulsões generalizadas e que, se não controlada, pode levar à interrupção da gravidez.
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O problema também pode causar consequências para a saúde do bebê, que costumam ser percebidos ao longo dos anos: diagnóstico de retardo mental, reprogramação endócrina com obesidade e infertilidade e déficit de visão são alguns exemplos.
Sintomas e prevenção
- O ganho excessivo e rápido de peso é o principal sintoma da pré-eclâmpsia. Dor de cabeça intensa, alterações visuais e dor constante no abdome também são sinais
- O aparecimento de pressão alta é o sinal de alerta mais importante
- A gestante pode perceber os sintomas apenas quando a doença já foi agravada. Por isso, é importante o acompanhamento pré-natal
- Mulheres mais velhas ou muito jovens correm mais risco de desenvolver a pré-eclâmpsia
- Histórico familiar da doença, obesidade, diabetes e gestação múltipla são outros fatores que podem desencadear o problema
*Zero Hora