
Até o primeiro semestre de 2014, o número de pessoas com mais de 55 anos com investimentos na Bolsa cresceu 32%, segundo a Bovespa. Com a expectativa e a qualidade de vida melhorando, quem está na faixa dos 50 hoje pode aproveitar por muito tempo os rendimentos aplicados.
- É, de fato, o melhor investimento para quem está superando o analfabetismo financeiro. Continuar aplicando dinheiro em renda fixa é uma atraso cultural -, conta Alfredo Meneghetti, professor de Economia na PUCRS.
O momento é propício porque as grandes empresas estão com o valor da ação bem abaixo do usual. A perspectiva é que logo essas ações voltem a crescer. Há cinco anos, a bancária Ana Schmidt decidiu que queria ter uma rentabilidade maior. Aos 51 anos, ela começou a pesquisar sobre o assunto e resolveu a investir em empresas de siderurgia.
- Com o tempo, virou um vício. É sempre um movimento de risco: quando comprar, o que comprar, quando resgatar, quando investir mais? Com o mercado em baixa, nos últimos meses, estou mantendo os que já fiz e só observando o mercado. A melhor decisão foi apostar em fundo de ações de imóveis. O retorno é mais rápido e bom. Já tenho retorno mensal dessas aplicações -, conta.
O número de mulheres ainda é menor do que o de homens na bolsa de valores. Na última pesquisa feita pela Bovespa, a diferença era de 24,67% mulheres para 75,15% de homens.
Meneghetti diz que é preciso pensar na Bolsa como uma poupança. Começar por empresas mais sólidas, que sustentam a economia brasileira, como aço, minério de ferro e óleo é a opção menos arriscada. Depois, é preciso estudar o mercado e apostar em outras áreas.
O químico Ricardo Germano Zimmer fez isso. Há um ano, ele começou a ler sobre investimentos e análises financeiras. Optou por ações, fundos de investimento e renda fixa. Tudo para não depender apenas da aposentadoria. Para ele, é importante estudar bem o mercado, caso contrário é fácil cair em cenários que não se sustentam com o tempo.
- Acesso a Bovespa e filtro por empresas que tenham pago mais dividendos ao longo dos anos. Se a empresa remunera esporadicamente, mesmo que o valor seja maior, não entra na minha lista -, apontou.
Para quem está interessado em iniciar esse tipo de investimento, Meneghetti sugere partir para a compra de um lote que custa R$ 1400 com cem ações.
O economista dá dicas para quem está interessado em começar a melhorar os rendimentos depois dos 50:
1. Separe um valor que não vai precisar ser usado em curto prazo.
- O ideal é investir 30% em empresas brasileiras, 30% em títulos do governo, 35% em certificados de depósito bancário (CDB) e dividir os 5% restantes em moedas estrangeiras e poupança.
2. Monitorar o valor aplicado, seja uma vez por dia ou por semana e entender qual é o valor real das ações.
- É preciso saber que o valor pode cair de um dia para o outro, mas não pode haver desespero.
3. Fazer simulações e experimentações em sites antes de aplicar.
- Essa experiência ensina sobre as variáveis e quando os investimentos podem ser alterado.