Os sintomas do Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) são muitas vezes mais fáceis de serem detectados em crianças. Em adultos, o distúrbio pode ser confundido com desleixo ou preguiça. A incompreensão e falta de tratamento pode levar a problemas na vida social e profissional destas pessoas.
Professor e neurologista do Hospital São Lucas da PUCRS, André Palmini alerta que apenas uma avaliação médica pode identificar se a pessoa apresenta todos os sinais da doença. Muitos pacientes podem ter dificuldade de concentração e planejamento, porém, os sintomas do transtorno se diferem de problemas eventuais pelo grau de intensidade.
- O diagnóstico passa por três etapas. Primeiro é preciso excluir qualquer outra causa que possa estar causando os sintomas. Depois, devemos analisar se essa pessoa apresenta esses problemas ao longo da vida, em diferentes contextos. Por último, vemos até que ponto ela atinge todos os critérios pré-definidos da doença e o grau de severidade - explica o neurologista.
Sinais típicos da doença em adultos:
:: dificuldade de concentração para ler ou estudar;
:: dificuldade de planejamento: costuma arranjar desculpas por não ter cumprido alguma tarefa;
:: falta de foco: costuma tentar fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo, sem sucesso;
:: se distrai com facilidade;
O TDAH, é um transtorno de cunho genético que tem relação com uma pequena alteração no ritmo de desenvolvimento de algumas áreas cérebro. Estas áreas são as responsáveis, entre outras coisas, pela concentração, organização e impulso.
- Algumas pessoas não são compreendidas e muitas vezes são taxadas de preguiçosas ou desorganizadas. E esse transtorno atrapalha muito a vida de quem sofre com isso - diz o médico.
O tratamento do transtorno também é feito em etapas, segundo Palmini. Explicar a doença para o paciente e familiares é o primeiro passo. Depois, em conjunto com o médico, a pessoa vai buscar estratégias no dia a dia que possam suprir essas dificuldades, como por exemplo, estabelecer um planejamento de tudo que precisa fazer durante o dia.
Palmini explica que somente nos casos mais graves, quando as demais tentativas de reverter os sintomas não tiveram sucesso, o tratamento passa a ser feito com o auxílio de remédios.
- Muitas vezes, o paciente fica angustiado ao saber que vai precisar tomar medicamentos, talvez, pelo resto da vida, mas cada pessoa reage de uma forma diferente. Alguns tomam por pouco tempo e outros conseguem deixar de tomar o remédio depois de um período, aprendendo a driblar o transtorno - explica.
Esta matéria foi elaborada a partir da sugestão da leitora Aldrei Esbrolio, de Porto Alegre. Mande seu comentário para nós dizendo qual tema que você gostaria de ver abordado aqui e ele poderá ser publicado no site. Participe!
