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Um estudo que examina as células do cérebro de camundongos jovens sugere que exercitar o cérebro desde cedo, principalmente na adolescência, pode ter impacto na forma como ele se comporta na vida adulta.
A neurocientista Tracey Shors, coautora do estudo publicado nesta semana no periódico Frontiers in Neuroscience, descobriu que o aprendizado em idade jovem aumenta consideravelmente a quantidade de células cerebrais que sobrevivem após a puberdade.
As células cerebrais envolvidas no processo de aprendizado dos camundongos jovens sobreviveram até a idade adulta, enquanto naqueles que não aprenderam as células expiraram rapidamente.
- Aprender não cria novas células, mas o processo mantém vivas as células que estavam presentes durante esse período- afirma Shors.
Já era esperado que os camundongos jovens que tinham aprendido algo carregassem mais neurônios do que os adultos, mas os pesquisadores ficaram surpresos com os números dessa diferença: duas a quatro vezes mais neurônios do que aqueles encontrados nos mais velhos. Shors destacou que o resultado indica a versatilidade do cérebro adolescente em termos de formar novas conexões cerebrais.
Ainda que não seja possível realizar o mesmo estudo no cérebro humano, é sabido que o processo de produção é similar em homens e nas demais espécies, o que significa que o estudo faz uma comparação provável.
Estima-se que a formação de novos neurônios prepare os animais mais jovens para enfrentar os perigos da natureza. No caso das crianças, Shore afirma que seu estudo enfatiza a importância de otimizar o aprendizado, destacando que os humanos podem customizar os níveis de educação de modo a maximizar o poder do cérebro.
- O que ficou demonstrado para mim, especialmente como educadora, é a dificuldade de oferecer um aprendizado otimizado para nossos estudantes. Você não quer um material fácil demais, nem tão difícil que o faça desistir de aprender- analisa.