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Maria Rita Horn: Corredora e sedentária. Como assim?

Pois é. No meio do caminho tinha uma cadeira, onde fico sentada muitas horas por dia

"Pratica atividades físicas com regularidade?" E aí basta marcar aquele "xizinho" no sim, assinalar a frequência quase diária e, pronto, você pode afastar a palavra sedentarismo do questionário médico. Então que descobri não ser assim tão simples e, há pouco tempo, me identifiquei com uma categoria conhecida como "sedentários ativos". Como assim, cara pálida? E aquele volume razoável de corrida semanal, que varia de 40 a 60 quilômetros? E não tinha também aquelas sessões de musculação?

Pois é, no meio do caminho não tinha uma pedra, mas uma cadeira. Aquela em que fico sentada praticamente umas seis horas e meia da jornada de oito diárias do meu trabalho. Mais as que tenho ficado em casa, estudando, lendo ou fuçando em notebook ou smartphone. Uma reportagem da Runner's World Brasil traz dados de estudos que mostram que pessoas ativas têm a tendência de, no dia em que realizam alguma atividade física intensa, não se esforçarem além disso pelo resto do período. Na verdade, essas pesquisas mostram que o problema é que as pessoas acabam se exercitando até menos do que nos outros dias. Talvez, justamente por pensarem que já fizeram o suficiente.

A questão é que os danos de ficar sentado de oito a 10 horas por dia podem não ser compensados pela prática de esportes, mesmo que intensa. Ou seja, na prática, não importa o quanto somos ativos se for apenas durante um pequeno espaço de tempo do nosso dia. Ao não nos preocuparmos em fazer intervalos de movimentação entre as tantas horas sentados, as mesmas doenças associadas aos sedentários, como diabetes e as cardiovasculares, podem aparecer nas mesmas proporções. Até mesmo possibilidades de desenvolver câncer de mama e de cólon.

Por essas e por outras, a partir de hoje vou tornar mais frequente aquela voltinha na quadra pós refeição na cantina da empresa, me manter uns minutinhos em pé a cada vez que for recarregar a garrafinha de água e levantar da cadeira para conversar mais de perto com os colegas.

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