Um vírus da febre chikungunya, transmitido pelo mosquito da dengue, provoca uma epidemia nas Antilhas e é uma "ameaça sanitária de porte" para as zonas tropicais e subtropicais do continente americano, destacou ontem o INVS, Instituto de Vigilância francês. A febre chikungunya, considerada uma "prima da dengue", não tem tratamento específico e pode ser muito prejudicial e até mesmo letal para pessoas fragilizadas.
O vírus surgiu na África e se espalhou para a Ásia. Nos últimos cinco anos, centenas de pessoas que viajaram para esses locais se infectaram. Em novembro de 2013, brotou nas ilhas francesas de San Martin e San Bartolomé e se disseminou progressivamente pela região das Antilhas. A epidemia afetou principalmente Guadalupe e Martinica, onde 90 mil pessoas foram afetadas desde dezembro.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 2004, o vírus já foi identificado em 19 países.
Só no final de 2013, porém, foi registrada transmissão autóctone (pessoas contaminadas localmente por mosquitos, não viajantes que retornam com a doença para seus países de origem) em vários países do Caribe e, só em março de 2014, na República Dominicana. Até então, só África e Ásia tinham circulação do vírus.
Registros no país
O Ministério da Saúde informou ter sido notificado, até segunda-feira passada, de 20 casos da febre chikungunya no país, em 2014. As pessoas infectadas com o vírus, que pode se confundir com o da dengue, tiveram quadros leves.
Segundo a pasta, todos os casos são "importados", de pessoas que adquiriram o vírus no Exterior, e não há indícios de transmissão no Brasil. O ministério destaca que não há relação entre os casos da "prima da dengue" e a Copa.
Em 2010, três notificações foram feitas, mas de casos "importados".
