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Estimativas de associações médicas americanas indicam que de 8% a 10% das crianças em idade escolar no mundo apresentam algum tipo de problema de visão. Hipermetropia, miopia e estrabismo, recorrentes nessa fase, podem ser evitados se a rotina de consultas ao oftalmologista-pediatra for mantida logo após o primeiro mês de vida.
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A doutora em oftalmologia e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia-Pediátrica Rosane da Cruz Ferreira explica que, até os dois primeiros anos de vida, o tamanho do olho e a capacidade de enxergar das crianças alcançam um desenvolvimento de 90%. Por isso, é importante contar com o acompanhamento de um especialista a cada seis meses nessa fase para detectar problemas como a hipermetropia, que ocorre quando a criança precisa fazer um grande esforço para enxergar o que está mais próximo.
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- Na maioria das vezes, a criança não tem a visão diminuída, mas apresenta dificuldade de se concentrar nas atividades de perto. Tenho pacientes que são diagnosticados como hiperativos, e quando chegam no consultório descobrimos que, na verdade, têm cinco graus de hipermetropia. Começamos o tratamento e os sintomas desaparecem - relata.
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Problemas de visão na fase escolar também podem estar relacionados a alguns hábitos cada vez mais comuns na rotina de pais e filhos. Passar muito tempo em frente a telas pequenas, como as de tablets e celulares, pode levar a casos de miopia.
- Eles já nascem vendo vídeos em uma telinha de dois por dois e isso ensina o cérebro que a visão de perto é a mais importante. Então, ela vai ficando cada vez melhor, em detrimento da visão de longe, gerando a miopia - observa oftalmologista-pediatra.
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As escolas também podem desempenhar um papel importante na tarefa de prevenir problemas de visão nas crianças e adolescentes. Em março, a cidade de Pelotas aprovou um projeto de lei que prevê a realização de um teste da acuidade visual nos colégios da rede municipal. Profissionais das escolas e das Unidades Básicas de Saúde estão sendo treinados por técnicos da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) para aplicar o teste em alunos de cinco a 14 anos, a partir de novembro.
- Uma criança em idade escolar pode ter dificuldade visual e não saber que não enxerga. O teste é de uma aplicação muito fácil e pode identificar se a criança tem dificuldade de enxergar, ajudando a ter um diagnóstico mais rápido - explica o clínico homeopata e professor da UCPel, Roni Quevedo, defensor da proposta de obrigatoriedade da realização do teste.
Fique atento
Alguns sinais podem indicar problemas de visão nas crianças:
- Chegar muito próximo ao quadro na sala de aula para copiar os conteúdos
- Ter dificuldade de concentração ao realizar atividades de perto
- Apresentar dores de cabeça durante o horário escolar e dores ou lacrimejamento nos olhos