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Com a chegada da menopausa, a mulher perde basicamente dois hormônios: progesterona e estrogênio. Por volta dos 40 anos, idade que marca, em média, o início do climatério, a diminuição do estrogênio é a principal responsável pelas ondas de calor e alterações de humor, enquanto a queda nos níveis de progesterona interfere no ciclo menstrual. Mas a intensidade com que esses efeitos são sentidos varia entre as mulheres.
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- Devido a questões genéticas, cada organismo reage de maneira diferente. Tem ainda a influência de fatores ambientais como fumo, ingestão de álcool, estresse, má alimentação. O que se observa também é que se a mulher tem uma ocupação, como atividades sociais ou profissionais, ela apresenta menos efeitos colaterais do que alguém que não tem uma vida ativa - explica Angela Wyse, pesquisadora do Departamento de Bioquímica da UFRGS, que estuda os efeitos da menopausa na atividade celular das mulheres.
Por que a chegada da menopausa não significa o fim da vida sexual feminina
Menopausa é fase de investimento na relação
Passada a última menstruação da mulher, um dos sintomas mais comuns - causado pela ausência do estrogênio - é o ressecamento vaginal, fator que afeta diretamente a vida sexual. Os tratamentos vão desde a reposição de hormônios ao uso de lubrificantes. Apesar da diversidade de opções, a ginecologista Maria Celeste aponta um travamento das mulheres para falar sobre o assunto, especialmente entre as que não apresentam nenhum outro sintoma associado.
- A mulher totalmente assintomática, ou seja, não tem calorão, humor deprimido, nada, mas chega no consultório com uma secura vaginal bem acentuada. O que a gente faz? Usa o estrogênio apenas via vaginal. Ele vem em forma de creme. Isso é algo que é subutilizado no mundo inteiro. As mulheres não têm a prática de referir que isso as está incomodando, e os médicos também muitas vezes se esquecem de perguntar como está essa questão. Esse ressecamento prejudica, e muito, a vida sexual nessa fase - diz Maria Celeste.
Lúcia Pesca define o comportamento feminino de negar os problemas sexuais como um machismo da própria mulher:
- A gente tem várias pesquisas que mostram que as mulheres vão ao ginecologista para reclamar de uma coceira, de um corrimento ou de um fungo. Quando, na realidade, elas queriam falar da vida sexual. Isso mostra que mulher ainda tem muitos tabus com relação à sexualidade. Ainda prevalece o conceito de que sexo não é coisa delas, mas de homem. Daí, "se não é coisa minha, por que eu vou dizer para o meu ginecologista que quero melhorar isso? Só se for para satisfazer o meu parceiro. Porque eu não posso dizer que eu tenho tesão, vontade, que eu queria que fosse melhor". É um machismo da própria mulher. Não levando essas questões ao ginecologista, ela só faz aumentar o problema.
Para melhorar a lubrificação
Lúcia Pesca dá dicas de exercícios que a mulher pode fazer para se sentir menos incomodada pela secura vaginal.
- Exercício de Kegel: inspire contraindo toda a vulva genitália e depois expire soltando. Durante o ato sexual, esse movimento, facilita o prazer. Mas antes de incorporá-lo à relação, a mulher deve praticar sozinha, em três seções diárias de 10 contrações.
- Exercício da focalização: acaricie seu corpo, sem tocar nos genitais. Pode ser na hora do banho, ao passar um creme ou quando estiver sozinha na cama. O objetivo é descobrir qual a intensidade, a pressão que você gosta de ser tocada.
- Outro exercício é fazer todos esses toques, incluindo os genitais. A estimulação, inclusive da vagina, é necessária para descobrir onde a mulher sente mais excitação. Porque não necessariamente vai ser no clitóris.