
A série que sacudiu 2013 está de volta e no mesmo local e horário: quando você bem entender, no Netflix. Orange Is the New Black foi uma surpresa. Ela era inovadora, ousada, surpreendentemente contemporânea no modo de narrar e quase toda feminina. Baseada no livro de uma mulher que supostamente passou pelos mesmos dramas da nossa anti-heroína, Piper Chapman, OITNB provou que uma penitenciária para mulheres que cometeram crimes leves pode ser um lugar da pesada, ao menos dramaticamente.
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Piper é uma das jovens mulheres que jamais deveriam estar ali: de família com grana, bem-educada, moça bem-nascida e, ainda por cima, em Nova York chega até a prisão por um enorme erro de cálculo. Ela resolveu apostar em um amor com outra garota, que a convidou a participar da vida loca de traficante internacional.
A paixão cega, dizem, e Piper foi atrás do estilo de vida perigoso da namorada, antes de resolver ser de novo a boa-moça e retornar ao mundo das boas-moças, de onde jamais imaginaria sair. Acontece que a namorada é pega em uma investigação pelos crimes do passado, que agora inclui a boa moça em sua caixa de maldades. Pelo erro do passado, Piper vai em cana.
Lá, ela descobre um mundo surpreendente, tão duro quanto humano. As regras são outras, as mulheres são muito diferentes de tudo que ela jamais viu, e a desumanidade do sistema faz questão de se mostrar a ela, e a nós. Prisões americanas podem não ser degradadas como as brasileiras, mas podem ser surpreendentemente desumanas.
Orange Is the New Black é mais uma demonstração dessa capacidade das séries de produzir surpresas. A segunda temporada acaba de ir ao ar no estilo Netflix de fazer as coisas: 13 episódios, todos disponíveis ao mesmo tempo agora. Vá, lambuze-se, cuide-se. OITNB, como toda boa série, estraga a nossa noite. Estraga mais do que isso, mas, para acreditar, só vendo.