
Como este é um espaço democrático, falaremos também de séries que não primam pela inteligência, pela precisão histórica, pela construção de personagens, pela qualidade dos diálogos, pelos atores, pela cenografia ou pela construção de época. Ou seja, séries que podem ser tecnicamente classificadas como ruins pra chuchu.
A de hoje se chama Reign, e tem como, digamos, foco a triste história de Mary, rainha da Escócia. Na vida real, Mary jogou o jogo político pior do que o Brasil diante da Alemanha. O resultado foi que viveu 19 anos presa na Inglaterra antes de ter o belo pescoço real cortado como forma de fazer Elizabeth se sentir mais segura.
Já em Reign, Mary está passando uns tempos na corte do rei da França como prometida do delfim - que promete, mas não casa. O delfim tem um meio irmão, e ambos, claro, são gatíssimos. Todo mundo é bonitinho, rainhas são ruins de doer na hora de tratar as princesas e o palácio é um lugar do balacobaco, inclusive com uma mulher misteriosa que vive com um saco na cabeça (sim, sim, sim) e um inacreditável Nostradamus tendo visões o tempo inteiro.
No mundo das séries também existe o que é bom e existe o resto. Reign faz parte do resto, e não é por ela ser tão ruinzinha que a gente vai deixar de ver. É só aguentar um pouco e rola um romance, um peito masculino descamisado, uma sem-vergonhice entre aristocratas e a plebe, e tudo o mais que faz a história um pano de fundo tão útil quanto flexível. Vá e veja, mas não diga que eu não avisei.