No mundo da narrativa audiovisual, as coisas acontecem mais ou menos assim: alguém, em alguma parte do mundo, tem uma boa ideia e com ela faz um bom filme, uma boa série. Hollywood vem, compra e refaz tudo de um jeito que o público americano entenda. E assim caminha a humanidade movida a dólares.
O público americano, para quem não sabe, não lê legendas, por saber que tudo que importa sobre a Terra acontece em inglês. O que não for, tem que ser traduzido, na língua, na cultura, na intenção. E foi assim que surgiu a série "The Killing". Na origem, ela foi dinamarquesa, e dali migrou para Seattle, terra do grunge e da chuva sem fim.
Um crime começa e não sabe onde acabar, e isso dura duas temporadas de tirar o nosso fôlego e a crença na humanidade. A terceira temporada já soou como um certo exagero, e então a rede AMC encerrou a festa. Veio o Netflix e lançou uma quarta temporada para o pessoal parar com o choro. Quem ama séries ama e não larga.
A quarta e última temporada, com seis episódios, é uma forma de ajudar os fãs a superar a perda. Dura pouco, nos lembra da linda abertura, nos lembra do que gostamos na série e do que detestamos na sua dificílima personagem principal, a coleção de nós emocionais também conhecida como detetive Sarah Linden, e então termina, para sempre, chorem, chorem.
Sendo o Netflix o Netflix, os episódios são colocados todos ao nosso dispor, é só assumir a sua posição preferida no sofazon e mandar bala. Eu mandei e recomendo a todos que mandem. Porque, se a gente não mandar, Sarah Linden manda, e isto, como todos sabem, não costuma acabar bem. Vão e vejam.
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