Cultura e Lazer

Os fenômenos de Hollywood

"E o Vento Levou" completa 75 anos imbatível entre as maiores bilheterias do cinema

Filme de 1939 detém maior arrecadação corrigida de acordo com a inflação. Confira especial com os outros longas que integram do top 10

Daniel Feix

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Vivian Leigh e Clark Gable, astros de E o Vento Levou

O maior romance de todos os tempos. O mais magnífico filme já feito. Há exatos 75 anos, essas frases foram usadas em trailers e peças publicitárias para anunciar a estreia de E o Vento Levou. O longa creditado ao cineasta Victor Fleming (mas que teve outros diretores ao longo das filmagens, todos escalados pelo produtor David O.Selnick) foi lançado no dia 15 de dezembro de 1939. Raros foram os momentos posteriores em que se viu um sucesso de proporções semelhantes no cinema.

Com seus 238 minutos de duração, E o Vento Levou arrastou improváveis multidões às salas de cinema. Improváveis? - você pode perguntar. Talvez seja um exagero, dado o alto investimento da Warner em sua produção, mas, afinal, trata-se de um filme de quase quatro horas de duração, que alcançou arrecadação recorde graças, em grande parte, à aceitação das mulheres - fatia de público até então subvalorizada em Hollywood.

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Sob certo aspecto, sua arrecadação jamais foi superada: E o Vento Levou detém, ainda hoje, a maior bilheteria da história dos EUA e do Canadá, se levados em conta os valores corrigidos, ou atualizados de acordo com a inflação. Em dinheiro bruto, o líder do ranking de faturamento é Avatar, que foi lançado em 2009, ano em que, segundo a Mojo Box Office, principal referência do mercado cinematográfico da América do Norte, o ingresso de cinema tinha custo médio de US$ 7,50. A título de comparação, em 1939, o público norte-americano pagou, em média, meros US$ 0,23 para ver E o Vento Levou.

Antes que você se faça outra pergunta, desta vez sobre quais seriam as maiores arrecadações corrigidas da história considerando as bilheterias de outros países: esta é uma conta impossível de se fechar, pela falta absoluta de dados coletados. No Brasil, por exemplo, números minimamente confiáveis - e olha lá - só existem a partir dos anos 1970.

O que fez de E o Vento Levou este fenômeno? E quais são os outros arrasa-quarteirões da história do cinema? Essas perguntas, sim, a gente pode tentar responder. Confira, no infográfico abaixo, um pouco mais sobre o lançamento, o contexto, o impacto e as influências dos 10 históricos campeões das arrecadações atualizadas de acordo com a inflação.

Entre os outros nove filmes do infográfico acima, que junto a E o Vento Levou somam as 10 maiores arrecadações corrigidas de EUA e Canadá, há títulos lançados entre os anos 1930 e os 90. São fenômenos que atravessam as décadas. Foram mais marcantes, em seu tempo, do que os blockbusters atuais, mesmo que estes liderem o ranking das arrecadações brutas - graças à inflação e ao consequente aumento do preço médio do ingresso, que hoje é 35 vezes mais caro do que em 1939, época de E o Vento Levou.

Para se ter uma ideia: Titanic, o longa mais recente entre os 10 campeões de arrecadação em valores corrigidos, é o "mais velho" no top 10 em valores brutos. O top 10 de bilheteria em valores brutos tem, pela ordem, Avatar (2009), seguido de Titanic, Os Vingadores (2012), Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2 (2011) e Frozen - Uma Aventura Congelante (2013).

Quanto tempo durará a liderança destes últimos? Certamente não chegará perto da permanência dos fenômenos históricos de Hollywood, que têm em E o Vento Levou seu exemplo mais notável.

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