
Com MAC 21 - Um Museu do Novo Século, o Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS) apresenta uma das mais importantes exposições em seus quase 23 anos, ao mesmo tempo em que reafirma a Casa de Cultura Mario Quintana como seu endereço e sede.
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O MACRS tem uma trajetória de dificuldades, condicionada pelos diferentes níveis de atenção que recebeu dos governos estaduais. Desde sua criação, em 1992, o museu funciona "provisoriamente" na Casa de Cultura e chegou a ficar inativo em alguns períodos. Nos últimos quatro anos, houve negociações de transferência para o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS). Mas o projeto de se instalar em parte do antigo prédio da Mesbla, no Centro, onde funciona a instituição de ensino, acabou não se concretizando.
A mostra MAC 21 vinha sendo guardada para a inauguração desse novo espaço. Com a proximidade do fim da atual gestão, que se encerra em 31 de dezembro, será inaugurada nesta terça-feira (16/12), às 20h, como um gesto de legitimação do MACRS.
- É um ato para fortalecer a instituição em um lugar democrático, como é a Casa de Cultura, e para proteger o acervo do museu. Não queremos que o MAC volte a sumir - diz o diretor André Venzon, comentando que deixará ao substituto, a ser conhecido com a troca de governo do Estado, um plano de exposições para 2015, incluindo parceria com a 10ª Bienal do Mercosul.

Na atual gestão, o MACRS ganhou força e visibilidade. Além de ampliar a coleção de 230 para 1,9 mil obras, teve uma atuação em diálogo com grupos e instituições, demonstrada nas cerca de 70 exposições na Casa de Cultura e nas itinerâncias pelo Interior. O projeto MAC 21 foi a primeira ação de Venzon, ainda no começo de 2011. Aprovado pela Funarte no Prêmio Marcantonio Vilaça, o museu ganhou R$ 300 mil para a compra de obras.
No térreo e nas salas do 6º andar da Casa de Cultura, a exposição apresenta os trabalhos adquiridos pelo projeto, que dão um novo peso ao acervo do MACRS. Entre os 21 artistas, há nomes de diferentes gerações reconhecidos no circuito nacional e internacional, como Cildo Meireles, Carlos Vergara, Gil Vicente, Nelson Leirner, Paulo Bruscky, Regina Silveira, Rodrigo Braga, Rosângela Rennó e Saint Clair Cemin.

MAC 21 tem curadoria do professor do Instituto de Artes da UFRGS Paulo Gomes, que foi diretor do museu no fim dos anos 1990. Tendo em vista as lacunas do acervo do MACRS, a seleção para compra de obras levou em conta critérios como relevância dos artistas e presença de suas obras em outras coleções públicas do Estado.
- São três núcleos, incluindo obras de artistas jovens, consolidados e plenamente consagrados. Além de ser um prêmio de ampliação do acervo, com obras importantes, significa uma legitimação para o museu, que chegou a ficar fechado e, por tanto tempo, foi mal atendido pelo Estado. Por isso, é um reconhecimento ao trabalho desta gestão, de trazer o MAC de volta à tona - afirma Paulo Gomes.
MAC 21 - Um Museu do Novo Século
> Abertura nesta terça-feira (16/12), às 20h. Visitação de terça a sexta, das 10h às 19h, sábados, domingos e feriados, das 12h às 19h. Até 1º de março. Entrada gratuita.
> Térreo e 6º andar (Galerias Sotero Cosme e Xico Stockinger) da Casa de Cultura Mario Quintana (Rua dos Andradas, 736), em Porto Alegre, fone (51) 3221-5900.
> A exposição: com curadoria de Paulo Gomes, apresenta obras de 21 artistas brasileiros adquiridas para o acervo do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS) pelo Prêmio Marcantonio Vilaça, da Funarte.