Copa 2014

Capitais da Copa

Salvador terá poucas obras prometidas para o Mundial

O BRT, ônibus de trânsito rápido, e a reforma do aeroporto não ficarão prontos a tempo

Ana Carolina Araújo / Agência RBS
O novo Terminal Marítimo de Passageiros, que custou R$ 32 milhões, só será entregue no final do mês

Em Salvador, pouco do que estava na lista de obras para a Copa definidas na Matriz de Responsabilidades assinada em 2010 se concretizou. Sequer o clima do Mundial chegou, a menos de um mês do torneio: não há ruas enfeitadas em verde e amarelo pelos moradores, como era comum em outras Copas.

A principal aposta dos soteropolitanos era que a Copa trouxesse uma solução de transporte público. Embora o metrô já estivesse em obras desde o ano 2000, decidiu-se ignorar o projeto e incluir na Matriz de Responsabilidades o ônibus de trânsito rápido (BRT) ligando o Aeroporto Internacional Luis Eduardo Magalhães ao Acesso Norte, que une a BR-324, principal saída rodoviária da cidade, e a região do Iguatemi, centro financeiro da capital. O orçamento era de R$ 570 milhões do PAC da Mobilidade da Copa, mas faltou acordo entre políticos e empreiteiros e a obra foi retirada do documento. No lugar, entraram obras de acessibilidade à Arena Fonte Nova e construção de rotas de pedestres na região, a um custo de R$ 19,55 milhões. Parte (R$ 7 milhões) viria do governo estadual para a construção de quatro rotas turísticas para pedestres.

Porém, as obras foram paralisadas. Na Copa, haverá apenas uma Fan Walk - trecho para torcedores a pé - que vai do Mercado Modelo ao estádio, segundo a assessora de mobilidade da Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Sedur), Grace Gomes, que também é coordenadora estadual do Plano de Mobilidade para Grandes Eventos de Salvador.

Em 2011, o governo Jaques Wagner (PT) decidiu retomar o metrô de Salvador, jocosamente chamado de "calça-curta", que até então já consumira mais de R$ 1 bi sem avançar mais de 6 km. Apesar de não ser uma obra da Copa, estará semipronta: o início da operação no primeiro trecho está previsto para o dia 10, atendendo ao público dos jogos. O custo total do trabalho, que só acaba em 2017, é R$ 3,6 bilhões.

A reforma do aeroporto também atrasou e está suspensa por ordem do ministro da aviação civil, Wellington Moreira Franco, para não atrapalhar os visitantes durante o Mundial. O terminal ganhou 36 novos guichês de check-in que mais se parecem com estruturas temporárias, alguns banheiros, além de um pátio maior para os aviões. Às vésperas da Copa, a nova torre de controle e o novo estacionamento prometido não ficaram prontos, nem o free shop foi reinaugurado.

Os soteropolitanos também sonharam com o novo Terminal Marítimo de Passageiros no bairro do Comércio, o Puerto Madero baiano. A intervenção, que num espaço de quase 8 mil m², derrubou armazéns para construir uma megaestrutura com acabamento espelhado ao custo de R$ 32 milhões e já teve o prazo de entrega, inicialmente para agosto de 2011, alterado várias vezes. Agora, está previsto para o fim do mês. Em 9 de maio, quando 85% do trabalho estava pronto, o ministro da Secretaria de Portos, Antonio Henrique Silveira, esteve no local e disse que tudo corria bem.

O próprio secretário estadual da Copa, Ney Campello, demonstra frustração com o atraso nos terminais de recepção de turistas, afirmando que as estregas estão sendo feitas em cima da fora:

- Já disse e repito: poderiam ter ficado prontos mais cedo. Agora é correr.

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