
De início parecia um festival de música gauchesca. Faltava mais de uma hora para Alemanha e Argélia se enfrentarem no Beira-Rio e um pessoal de chapéu aplaudia a banda de Cesar Oliveira e Rogerio Melo. Mas era a fan fest. E o grupo de quatro amigos não estava ali pelo futebol.
- A gente gosta mais de música gaúcha do que de futebol - disse a estudante Winnie Nunes, 19 anos.
Eles se divertiam, quando então acabou o show de Cesar Oliveira e Rogerio Melo. Um som eletrônico começou a batucar nas caixas de som.
- Se ainda estivesse um tempo bom... Mas e ainda mais com esse tum-que-te-tum-que-te. Nós vamos embora - anunciou Winnie.
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Os quatro foram, e no lugar deles um monte de gente começou a se acomodar em frente ao telão onde passaria o jogo. Eram casacos, luvas, toucas para todo lado ante os 14°C daquele momento. A psicóloga Carolina Pires, 34 anos, sorvia um chimarrão para espantar o frio. Ao lado dos dois filhos, torceria pela Alemanha por causa da irmã Camila, 36 anos, que casou com um alemão que conheceu durante um pós na UFRGS e agora vive em Dresden.
- Os alemães são muito receptivos. Um pouco frios, mas nos tratam muito bem - observou, ao lembrar de uma visita que fez à irmã.
Logo adiante, um grupo de alemães tinha outro método de aquecimento. Distribuíram entre si minigarrafas de Underberg. O engenheiro mecânico Willi Konrath, 38 anos, acompanhava a Copa que não pôde ver no seu país. Na época da Copa da Alemanha, em 2006, estava no Brasil. Conheceu na PUCRS a sua mulher, que nesta segunda-feira estava ao lado de Konrath, com rabiscos de tinta no rosto nas cores da bandeira alemã. Konrath entregou uma minigarrafa ao repórter. Está com frio?, perguntei.
- Pffff. De jeito nenhum - respondeu o engenheiro, puxando e mostrando como era fina a blusa que vestia.
A classificação da Alemanha sobre Argélia foi de intensa emoção, com muito crédito à surpreendente atuação da seleção africana.
- Olha a Argélia! - comentavam alguns torcedores, incrédulos com as chances de gol do time africano.
A constante tensão aqueceu os ânimos até a noite ventosa envolver a fan fest. A Copa acabou em Porto Alegre. Mas, pelo visto, não há muitos motivos que espantem os torcedores do cercado que virou sinônimo de Copa na capital gaúcha. Sem mais jogos no Beira-Rio, a meca do futebol em Porto Alegre agora é aqui.
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