

Antes do histórico vexame do Brasil frente à Alemanha, a pequena editora Lote 42, de São Paulo, havia prometido 10% de desconto para cada gol que a Seleção sofresse. Com os 7 a 1 de terça-feira - e com os livros 70% mais baratos -, a promoção virou febre nacional nas redes sociais.
Sócio da editora, o jornalista João Varella, 29 anos, gaúcho de Guaíba radicado em São Paulo desde 2009, atendeu o La Copa por telefone.
Qual foi o impacto nos negócios?
Nossa editora é pequena, mas mantivemos a palavra. A média de vendas era de três livros por dia e, depois do jogo, em menos de seis horas, vendemos mais de 2 mil. Era tanta gente acessando a loja virtual que o servidor caiu. Nosso estoque de livros terminou, não temos mais nada para vender.
O prejuízo é grande?
Tivemos prejuízo, claro, mas as vantagens são bem maiores. Nossa página no Facebook passou de 6 mil para 36 mil seguidores. É muita gente conhecendo o nosso catálogo, que só tem seis títulos. As pessoas nos elogiam, dizem que vão comprar livros depois da promoção porque se sensibilizaram com a nossa postura, de cumprir o prometido.
Como surgiu a ideia da promoção?
A partir de uma mania minha. Sou gremista e, sempre que participo de bolões, aposto contra o meu time. Porque, se o Grêmio perde, tenho um consolo. Fizemos essa promoção em todos os jogos do Brasil na Copa, e nunca a Seleção levou mais de um gol - portanto, nosso desconto máximo foi de 10%. Só que aí veio uma tal de Alemanha...
Deve ter sido uma correria, não?
Demais! Amigos ofereciam ajuda para postar encomendas no correio, ofereciam dinheiro para imprimir mais livros. Fiquei feliz com isso. Muita gente comprou nossos livros sem conhecê-los, só pela onda do desconto maluco. Mas, se alguma dessas pessoas passar a apreciar leitura por causa dessa compra, já é uma contribuição legal que estaremos dando.