
Acabou a Copa para o Brasil. Com um 3 a 0 para a Holanda e o deboche de torcedores de que houve evolução diante do 7 a 1 para os alemães. Que bom seria se começasse, já no jantar deste sábado dos nossos dirigentes da CBF, a discussão para buscar a atualização do futebol do país. Estamos uma era atrás em relação a algumas potências europeias. É como se nosso futebol fosse analógico, e o deles, digital. Felipão está com ideias defasadas de futebol, mas ele é apenas a ponta mais visível do atraso da estrutura toda.
Quarta-feira, saímos do Padrão Fifa para o Padrão CBF. E prepare-se. O choque será grande. Algumas décadas os separam. O Brasileirão vem aí, com estádios vazios, ingressos caros e horários pouco convidativos para a disputa dos jogos. Não vamos nem entrar na questão da qualidade dos jogadores. Somos um mercado formador e fornecedor, não conseguiremos fugir disso.
Mas podemos minimizar e nos aproximar de modelos vencedores como o dos alemães. Para isso é necessária uma mudança profunda. É preciso profissionalizar dirigentes para que administrem mais com olhos de gestor, e menos com coração de torcedor. Somente com clubes fortes e ideias arejadas será possível fugir do ciclo vicioso de comando atual do futebol brasileiro. Tudo começa por esse passo. E ele precisa ser dado, com a maior urgência.
Caso contrário, daqui a quatro anos, se não brotarem craques em árvore, estaremos discutindo neste mesmo ponto.
*DIÁRIO GAÚCHO