
Abel Braga já declarou em mais de uma oportunidade o desejo de que a empatia entre o torcedor e a equipe seja um espelho daquela obtida em 2006. O treinador tem destacado, ainda, o quão importante é e será a nova casa colorada para as conquistas almejadas na temporada. Contudo, nos dois primeiros jogos do Inter no Brasileirão, o público no Beira-Rio ficou abaixo do esperado.
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Pelos corredores ecoa a pergunta: qual o motivo de o novo estádio ainda não ter engrenado no que diz respeito à capacidade em uma partida oficial? Esperava-se que, após quase dois anos incapacitado de receber jogos em função das obras para a Copa do Mundo, as cadeiras estivessem sempre cheias ou perto daquilo que seria aceitável para um clube que almeja disputar as primeiras colocações do Brasileirão.

Crédito: Arte ZH
Chuva, partidas com pouca importância, início de campeonato, ausência de um grande jogador como adversário são alguns dos pontos na lista para explicar o público mediano.
Desde que passou a atuar no Beira-Rio em 2014, a única vez que D'Alessandro, Rafael Moura, Aránguiz e os demais jogadores viram um grande público foi na partida inaugural contra o Peñarol - público estimado em 50 mil torcedores, uma vez que não foi fornecido o borderô do jogo.
Ainda assim, o Inter está em quarto na média de público do campeonato - atrás de Fluminense, Corinthians e São Paulo. Para este final de semana, diante do Atlético-PR, a média deve aumentar, uma vez que haverá desconto de 50% para mulheres, e as sócias do clube têm acesso liberado às áreas livres.
- Ainda é início de Brasileirão, não tivemos um clássico, nenhuma final, como poderia ter sido o Gauchão, com o Gre-Nal. Acreditamos que só vai lotar, mesmo, em finais. É difícil ter lotação em momentos corriqueiros do campeonato - afirma Régis Shiba, diretor de administração do Inter.
Há defensores da ideia - torcedores, principalmente - de que os ingressos estão fora da realidade, acima dos padrões financeiros. Na partida contra o Vitória, dia 19 de abril, por se tratar da estreia no Brasileirão, as cifras variaram entre R$ 40 e R$ 165. A previsão de público por parte da direção foi contida: 30 mil pessoas.
A chuva e o feriado de Tiradentes na sequência da Páscoa eram vistos como vilãs para elevar a capacidade do estádio. Quase 25 mil torcedores viram Aránguiz marcar e Abel conquistar os primeiros três pontos no Nacional.
Quinze dias se passaram, a direção apostou na redução dos valores - entre R$ 30 e R$ 150 - e o número de torcedores que comprou ingresso foi semelhante ao número de sócios que fizeram o check-in e entraram no Beira-Rio. Foram 9,2 mil presentes via check-in e 8,5 mil torcedores que encaram a bilheteria.
- Contra o Sport, o tempo estava bom, o check-in estava alto. Mas choveu de sábado para domingo e só parou na hora do jogo. Perdemos pelo menos 25% do pessoal de check-in. Mas isso não é o comum. Perdemos apenas 5% de check-ins para jogos importantes e 10% para jogos menores - resume Shiba.
Público no Beira-Rio 2014
Inter 1x0 Vitoria (19/4/2014)
Renda: R$ 928.945,00 (707.548,80)
Público Total: 24.692 - Pagante: 21.983
Inter 2 x 1 Sport (4/5/2014)
Renda: R$ 616.625,00 (R$ 454.778,79)
Público Total: 21.297 - Pagante: 17.974
Média de público Brasileirão 2014
1º Fluminense - 37.848
2º Corinthians - 36.402
3º São Paulo - 31.725
4º Inter - 19.979
* ZH Esportes