
O empate em 1 a 1 diante do modesto Cuiabá-MT expôs um Inter apático, sem objetividade e muito longe daquela equipe que fez uma atuação de luxo contra o Grêmio no clássico da final do Gauchão. Direção, comissão técnica e o meia D'Alessandro admitiram que o time poderia ter rendido mais. Mas a frase do vice de futebol Marcelo Medeiros é sintomática:
- Acho que o jogo diante do Cuiabá acendeu um alerta de atenção.
Zero Hora aponta abaixo os problemas do Inter em Mato Grosso e o que pode ser corrigido para a partida de amanhã à tarde, diante do Sport, no Beira-Rio.
Falta de um volante
Há quem acredite que o esquema tático de Abel é muito faceiro. O 4-1-4-1 proposto pelo treinador pode ser efetivo à frente, não apenas na marcação de gols, mas no toque e na posse de bola. O problema está na recomposição da equipe defensivamente. Contra o Cuiabá, muitas vezes os zagueiros ficaram no mano a mano com Diego Torres, Cleverson e Washingtom. Um volante fixo à frente da área, ao lado de Willians, poderia compactar o setor defensivo e dar um jogador na sobra em triangulações adversárias.
Cruzamentos errados
O objetivo é utilizar o 1m88cm de Rafael Moura, mas na Arena Pantanal o Inter abusou dos cruzamentos errados. Foram 44 no total. Destes, apenas sete certos (que chegaram até jogadores do time). Aránguiz, um dos garçons do Inter neste fundamento, errou cinco - mas colocou na área a bola que deu origem ao gol de empate do time de Abel Braga. Pior, só Gilberto (três chuveirinhos, e todos errados).
Marcação sobre Aránguiz
O chileno foi seguido de perto pela marcação do Cuiabá-MT. Com isso, o Inter teve dificuldades para explorar seu principal setor: o lado direito do campo. O camisa 20, presença constante à frente dos goleiros adversários - cinco gols pelo Inter -, não arrematou a gol em nenhuma oportunidade na quinta-feira.
Rafael Moura isolado
Sem um companheiro de ataque, o centroavante colorado quase não recebeu bolas. Talvez isso explique as 10 finalizações longe do gol do goleiro Willian Alves. Quando buscou uma alternativa, Abel mandou a campo Wellington Paulista. O atacante movimentou-se bem, pela esquerda, pela direita, centralizado, mas não tem a velocidade e a técnica que o Inter precisava no momento.
D'Ale fora de posição
O camisa 10 atuou o primeiro tempo à esquerda. Na volta do intervalo, inverteu a posição com Alex e passou para o lado em que gosta de jogar: o direito. Com a entrada de Jorge Henrique, a triangulação entre Aránguiz, D'Ale e o meia improvisado surtiu efeito. Não é a primeira vez que Abel tira D'Alessandro da direita. No Gre-Nal da Arena, o argentino começou pelo meio e, no segundo tempo, quando o time melhorou, o capitão voltou para a posição que tem se destacado.
Falta a gurizada
Ao final de 2013, Clemer havia promovido uma dezena de jogadores da base. O início do Gauchão com o time sub-23 apontava jovens promissores, como Aylon, Gladestony, Murilo. A partir do retorno de Sasha do Goiás a pedido de Abel e a ascensão de garotos como Valdívia e Cláudio Winck, a tendência seria para o aproveitamento dos garotos. Mas não é o que ocorre. Contra o Cuiabá-MT, Valdívia foi a última opção de Abel.
Próximo jogo - Brasileirão:
4/5/14, domingo, 16h
INTER x SPORT