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Quando voltar à Vila Belmiro neste domingo, Alan Patrick deixará de lado as amizades que têm em Santos e as atuações ao lado de Neymar e Paulo Henrique Ganso para fazer com que o Inter quebre um tabu. O meia atacante descobriu no meio da semana que o time gaúcho nunca venceu no estádio em que Pelé é rei. Havia ouvido de um ou outro que o clube tinha dificuldades na Vila, chegou até a pensar que o mau desempenho fosse coisa de alguns anos, décadas talvez. Mas não: são 18 jogos no Estádio Urbano Caldeira, com 12 derrotas e seis empates - um aproveitamento de 11,1%.
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Após uma sequência coroada com um gol contra o Bahia, Alan Patrick quer aproveitar os sete jogos restantes no Brasileirão para provar que pode seguir no Inter na próxima temporada. Nesta entrevista a Zero Hora, o camisa 19 afirma que ainda acredita no título Brasileiro, fala sobre a saída precoce do Brasil e revela que quase acertou com o Inter em 2011, pouco antes de se transferir ao Shakhtar Donetsk, da Ucrânia.
- Eu tive uma conversa para vir para cá, mas acabou não dando certo. No ano passado surgiu a oportunidade. Eu vinha jogando muito pouco, foi bom para mim poder ter sequência esse ano. Fomos campeões gaúchos e estamos fazendo uma excelente campanha no Campeonato Brasileiro - avalia Patrick.
Inter na Vila
18 jogos
12 derrotas
6 empates
11,1% de aproveitamento
Como visitante, o Inter teve apenas quatro vitórias em 28 jogos contra o Santos: duas no Morumbi, uma em São Bernardo e outra em São Caetano, em 2005, com dois gols de Alex e dois de Sóbis.
Você não ter sido um pedido de reforço do Dunga te prejudicou na temporada passada?
Alan Patrick - Não vejo por esse lado. O momento foi turbulento no ano passado, não tínhamos estádios, muitas viagens, as coisas não aconteciam, as vitórias não vinham... Eu, por ter poder mais ofensivo, tive dificuldades. estávamos em dificuldades, acabavam jogando os atletas mais defensivos. O momento não era bom, a vitória não vinha, tinha o medo de perder... A chegada do Abel foi fundamental para mim, estou fazendo um bom ano.
Sair muito cedo do país te prejudicou? Você se arrepende?
Alan Patrick - Não me arrependo porque aprendi muita coisa na Ucrânia. Amadureci muito nestes dois anos em que estive lá. A gente está sempre aprendendo, na verdade. De repente, não era o momento por ser muito novo, poderia ter pego uma sequência maior aqui no Brasil. Mas foi excelente. Nesta volta para o Inter, as coisas estão acontecendo como eu planejava.
A geração do Santos que você surgiu venceu demais. Você era apontado como grande promessa ao lado do Neymar, Ganso.
Alan Patrick - Quando falavam isso, eu procurava nem pensar. Procurei sempre ser eu mesmo. Não digo que me atrapalhou (a ida para o Shakhtar), mas talvez poderia ter tido mais sucesso se eu tivesse continuado no Santos. Aconteceu, paciência. Foi bom para mim, não posso lamentar, ficar achando se foi certo ou errado. Quero vivenciar o presente e olhar para o meu futuro.
Você costuma fazer um balanço dos jogos, das suas performances em campo?
Alan Patrick - Procuro sempre ver reprises dos jogos para avaliar o que posso melhorar, para saber o que eu peco dentro da partida. Tive uma queda de rendimento, saí do time, também tive algumas lesões. Acabei voltando e estou tendo uma sequência boa.
Chamou atenção a declaração do Abel de que você tinha de mostrar, como se estivesse devendo.
Alan Patrick - Claro, sem dúvida alguma. A gente vive sempre de cobrança. E nós mesmos temos de fazer essa cobrança, se estamos rendendo em campo, se precisamos dar algo mais. O Abel conversou comigo, eu refleti e cheguei à mesma conclusão. Graças a Deus, no último jogo eu fui bem, fiz gol, participei bem no jogo e espero continuar nessa sequência.
As sete rodadas que restam no Brasileirão podem ser decisivas para você continuar no Inter?
Alan Patrick - São rodadas decisivas, sim. Faltam sete jogos para acabar meu vínculo com o Inter. Claro que conhecem meu futebol, sabem do meu potencial. Mas dar uma resposta melhor nestas últimas rodadas ajuda muito. Sei que tem a eleição, que é um ano político. Estou bem focado, quero jogar e, na reta final, vamos ver o que dá.
Como o vestiário lida com essa questão da eleição?
Alan Patrick - Eu sou meio desligado. Não entendo muito dessa parte, acredito que a maioria dos jogadores também não. Eu espero as definições. Temos de fazer dentro de campo para que a nova diretoria possa enxergar com bons olhos nossa permanência e definir alguma coisa boa para nós todos.
Que te parece um novo empréstimo? Vê como uma negociação fácil?
Alan Patrick - Eles são bem complicados para as negociações lá na Ucrânia, mas nada como uma conversa para saber quais são os interesses deles. Deixei sempre claro que meu desejo é ficar, meus empresários sabem disso. É uma questão de conversar. De repente, pode surgir uma conversa para um novo empréstimo, porque o valor de compra é muito alto, o Shakhtar teria de abrir mão de algum valor. Os direitos econômicos são 100% deles. Eu não tenho muito o que fazer.
Inter vai a Santos sem nunca ter vencido na Vila Belmiro. Qual a dificuldade de jogar na Vila?
Alan Patrick - Eu achava que eram alguns anos, mas não... O Inter nunca ganhou lá dentro. Mas eu não sei, a Vila tem um negócio que faz o Santos ser muito forte quanto joga lá. A torcida fica perto, o estádio é bem fechadinho. É difícil definir um único motivo. Mas há muitos clubes que já ganharam na Vila, nada é impossível. Eles têm força em casa, sim, mas é como o Inter tem aqui também. Nós temos de entrar no jogo concentrados, errar o menos possível. Esses jogos, quando se erra, são fatais. A concentração tem de estar ao extremo.
O Santos se prepara de forma diferente para grandes jogos, para os clássicos?
Alan Patrick - A preparação lá é igual para todos os jogos. Vai do momento. Nós temos de tirar proveito a partir do que estudamos deles. Quando se fala de clássico nacional, nada se define antes. Temos de ir lá, jogar para vencer e quebrar esse tabu.
Qual terá de ser a postura do Inter?
Alan Patrick - Se o time deles vier para cima, se a gente permitir que o Santos nos sufoque, a torcida vem junto e daí complica mais. Mas ela também começa a pegar no pé se o time vacila. Temos de tirar proveito disso. O que eu tenho certeza é que tem respeito do lado de lá, porque eu já estive no Santos, eles respeitam demais jogos contra o time do Sul. É diferente, os paulistas respeitam demais. Temos de nos impor com nossa qualidade, nossa marcação forte.
Leandro Damião deve começar como titular, Enderson Moreira deve poupar titulares para a Copa do Brasil.
Alan Patrick - Se for titular mesmo, Damião vai vir com a faca nos dentes. Não sabemos se o Enderson vai poupar, mas não estamos preocupados com isso. Procuramos focar em nós mesmo. Temos de saber o que vamos fazer, independente se é o time titular, reserva, misto. Temos tudo para fazermos um grande jogo.
Abel já disse que a realidade é o G-4. Você ainda acredita em título?
Alan Patrick - Esse campeonato está muito maluco. Três tropeços do Cruzeiro, três vitórias desse lado aqui e você está na briga. Eu acredito, sim. Não temos de pensar em ninguém. Cruzeiro, São Paulo, quem está na frente... Temos de pensar em somar pontos. Lá na frente, quando faltarem umas três rodadas, daí, sim. Temos de fazer nosso papel bem feito. Depois secar os adversários.
BRASILEIRÃO - 32ª rodada - 2/11/2014
SANTOS
Aranha; Victor Ferraz, Bruno Uvini, Neto e Mena; Alison, Souza, Lucas Lima; Rildo, Leandro Damião e Gabriel. Técnico: Enderson Moreira
INTER
Alisson; Winck, Alan Costa, Ernando e Fabrício; Willians, Aránguiz, Alan Patrick, Jorge Henrique e D'Alessandro; Nilmar. Técnico: Abel Braga
Arbitragem: Jailson Macedo Freitas, auxiliado por Alessandro Rocha de Matos (FIFA) e Luiz Carlos Silva Teixeira (trio baiano)
Horário: 17h
Local: Vila Belmiro, em Santos (SP)
O jogo no ar: A Rádio Gaúcha abre a jornada às 16h. A RBS TV e o Premiere (consulte a sua operadora para saber o canal ) transmitem ao vivo. Acompanhe o minuto a minuto em www.zerohora.com/esportes
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Foto: Arte ZH
