
O governo da Argentina apresentou nesta quinta-feira, à Corte Internacional de Haia, uma ação contra os Estados Unidos (EUA). Comunicado da Presidência Argentina acusa o governo dos EUA de permitir violações à soberania e às imunidades do país sul-americano no caso dos fundos especulativos.
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ZH explica: o caso da Argentina contra os fundos especulativos
No comunicado, o governo de Buenos Aires afirma que os Estados Unidos permitiram a violação de imunidades que protegem a Argentina ao admitir decisões judiciais que tornaram vulnerável a determinação soberana da Argentina de reestruturar sua dívida externa.
Na semana passada, a presidente argentina, Cristina Kirchner, comparou a ação dos fundos especulativos nos Estados Unidos a "mísseis financeiros que também causam danos" a civis, como na guerra. Cristina também voltou a ignorar o status de "default".
- Vivemos em um mundo profundamente injusto e profundamente violento e isso também é violência. Como na guerra, quando os mísseis são financeiros, também matam e causam danos a civis - disse a presidente, em um ato na Casa de Governo em Buenos Aires.
Argentina entrou em "default parcial" na semana passada
No dia 30 de julho, venceu o prazo para o pagamento de US$ 539 milhões de bônus. A presidente argentina reiterou "que a Argentina pagou" o valor. Os fundos não chegaram aos credores, porém, por causa de uma decisão judicial.
Em função disso, a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota da dívida argentina para "default seletivo", que implica o descumprimento de pagamento de uma parte da dívida. E, na última quinta-feira, em decisão similar, a agência Fitch determinou "default parcial".
- A todos os argentinos, quero que fiquem muito tranquilos, porque a Argentina vai utilizar todos os instrumentos legais que nos dão os nossos próprios contratos firmados com 92,4% dos credores (os quais aceitaram negociar a dívida) - acrescentou a presidente, em rede nacional.
* AFP