
Após varrer o centro e o leste de Cuba com ventos de mais de 200 km/h, o furacão Irma se dirige para a costa dos Estados Unidos, deixando para trás um rastro de destruição e 25 mortos no Caribe. O gigantesco furacão seguiu no último sábado (9) para a Flórida, onde 6,3 milhões de pessoas receberam ordem de evacuação.
Depois de tocar a terra em Cuba como um fenômeno de categoria 5, a maior na escala que mede a intensidade de um furacão, Irma foi rebaixado para a categoria 3, com ventos de até 205 km/h. Porém, na madrugada deste domingo (10), o Irma ganhou força e voltou a ser classificado como categoria 4, segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC).
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Em meio à ameaça do Irma, um grande tornado se formou no litoral de Fort Lauderdale, 50 quilômetros ao norte de Miami, e o Serviço Nacional de Meteorologia (NWS) emitiu alertas para os condados de Broward, Palm Beach, Miami-Dade, Indian River e St. Lucie, todos na Flórida.
Até a tarde de domingo, Havana e as províncias vizinhas de Mayabeque e Artemisa, no leste de Cuba, deverão sentir os efeitos do furacão, incluindo ondas de até oito metros. A Defesa Civil mantém o estado de alarme nas três províncias, o máximo nível de alerta em Cuba.
Irma atingiu Cuba após deixar ao menos 25 mortos em sua passagem por outras ilhas do Caribe. O furacão afetou "gravemente" as províncias centrais de Camagüey e Ciego de Ávila, especialmente as ilhas turísticas próximas ao litoral. Os danos materiais foram elevados, mas não há registro oficial de mortos ou feridos. O coronel Luis Macareño, da Defesa Civil, revelou que foram evacuadas 1,5 milhão de pessoas na Ilha.
Com rajadas de até 256 km/h no momento do impacto, Irma foi o furacão mais poderoso cujo olho afetou diretamente a ilha desde 1932. Ondas de até sete metros foram registradas na costa norte pelo instituto meteorológico cubano, Insmet, e a província de Havana estava em alerta, segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos.
Os serviços de emergência calcularam que 6,3 milhões de habitantes, o equivalente a mais de 25% da população da Flórida, receberam ordem para abandonar suas casas, mas, para os retardatários, as autoridades criaram neste sábado um refúgio simples, sem serviço, comida ou cama.
O pior cenário
– Nosso estado nunca passou por nada desta magnitude – lamentou o governador da Flórida, Rick Scott, antes de pedir à população que abandonasse a região. – A ameaça de grandes inundações provocadas pelas tempestades nas costas leste e oeste da Flórida aumentou – avisou.
Scott foi incisivo:
– Você pode proteger a sua casa (...) Não vai sobreviver ao aumento do nível da água. Se recebeu a ordem de evacuação, deve sair agora– completou.
Miami Beach parecia uma "cidade fantasma" neste sábado, nas palavras do prefeito da cidade, Phil Levine, que chamou o Irma de "furacão nuclear".
– O vento está aumentando (...) Miami é propensa às inundações, quando um furacão empurra a água é muito preocupante – disse.
Apesar da ameaça ao leste do estado, a região oeste da península da Flórida é a que se encontra na trajetória direta do furacão, segundo o NHC.
Mais de 54 mil moradores já encontraram refúgio em 320 abrigos criados ao longo da Flórida, afirmou o governador Scott, que fez um apelo de mobilização:
– Precisamos de mil enfermeiros voluntários para ajudar nos abrigos.
Furacão José
O furacão Irma deixou 25 mortos nas ilhas do Caribe: 10 na parte francesa e dois na área holandesa de Saint Martin, quatro nas Ilhas Virgens americanas, seis nas Ilhas Virgens britânicas e no arquipélago de Anguilla, dois en Porto Rico e um em Barbuda.
Nas devastadas ilhas de Saint Martin e Saint Barth, as equipes de emergência trabalhavam contra o tempo para ajudar os traumatizados habitantes antes da chegada de outro poderoso furacão, de categoria 4, José, que deve atingir a região nas próximas horas.
Um terceiro furacão atingiu o oeste do Golfo do México. Katia tocou a terra nesta sexta-feira à noite no estado mexicano de Veracruz, mas foi rebaixado a tempestade tropical, um pequeno alívio para o país, que sofreu um terremoto de 8,2 graus, que deixou 61 mortos, na quinta-feira à noite.
* AFP